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Reflections I de Fábio Caramuru: ANÁLISE COMPOSICIONAL E PROCESSOS CRIATIVOS DO COMPOSITOR-INTÉRPRETE

Mauricio Vieira Netto [fusion_builder_container hundred_percent=”yes” overflow=”visible”][fusion_builder_row][ type=”1_1″ background_position=”left top” background_color=”” border_size=”” border_color=”” border_style=”solid” spacing=”yes” background_image=”” background_repeat=”no-repeat” padding=”” margin_top=”0px” margin_bottom=”0px” class=”” id=”” animation_type=”” animation_speed=”0.3″ animation_direction=”left” hide_on_mobile=”no” center_content=”no” min_height=”none”][1]

Jailton Paulo de Jesus Santana [2]

RESUMO: Este artigo propõe um estudo sobre os processos criativos do compositor – intérprete tendo como base a peça Reflections I composta através de improvisação por Fábio Caramuru em 2003 durante a gravação do CD Moods Reflections Moods. Estabelece-se a metodologia em duas etapas: uma análise livre a fim de apresentar a movimentação dos sons na peça e uma entrevista com o compositor – intérprete, buscando saber sua trajetória e como se deu o processo de fazer criações próprias. Foi realizada uma revisão de literatura sobre Processos Criativos, alguns dados sobre a metodologia da pesquisa e foram apresentados os dados sobre a entrevista.

Palavras-chave: Processo Criativo, Análise, Fábio Caramuru, Reflections I, Composição.

 

ABSTRACT: This article proposes a study of the creative processes of the composer – performer based on the Reflections I piece composed through improvisation by Fabio Caramuru in 2003 during the recording of the CD Moods Reflections Moods. Establishes the methodology in two stages: a free analysis to show the movement of sounds in the piece and an interview with the composer – performer, seeking to know its history and how the process of making their own creations. A literature review on Creative Processes, methodology of the research and the interview results were presented.

Keywords: Creative Process, Analysis, Fabio Caramuru Reflections I, Composition.

 

1. INTRODUÇÃO

Buscando uma análise de uma peça contemporânea para piano foi escolhido o compositor Fábio Caramuru e sua peça Reflections I para o presente trabalho. O interesse partiu de um primeiro momento através de algumas peças de Tom Jobim arranjadas pelo compositor em seu CD Piano – Tom Jobim por Fábio Caramuru.

No primeiro contato com o compositor Fábio Caramuru, foi sugerido por ele mesmo a peça Reflections I para o objeto de estudo desta pesquisa. A princípio foram coletados materiais do compositor, assim como o seu próprio site, o CD Moods Reflections Moods e uma entrevista dada por ele a um programa de televisão exibido no Net Canal no dia 29 de março de 2014 apresentado por Berenice Belatto. Através destes, sua biografia e dados de como começou o processo de criações próprias foram coletados.

Em se tratando da análise da peça, foram analisados: a movimentação dos sons e a sonoridade que resultam na impressão de “improviso” ou “reflexão”.

Foi realizada uma entrevista buscando saber sua trajetória, como se deu o processo de fazer criações próprias tendo como referência a análise da peça Reflections I e também, apresentar a análise para o compositor fazer sua avaliação.

Este artigo apresenta uma revisão de literatura sobre Processos Criativos, alguns dados sobre a metodologia da entrevista e finalmente apresenta os dados da entrevista.

 

2. BIOGRAFIA DO COMPOSITOR FÁBIO CARAMURU

Fábio Caramuru nasceu em São Paulo no dia 14 de setembro de 1956 [3]. Foi o último aluno brasileiro de Magda Tagliaferro, em Paris, na década de 1980. Ganhou inúmeros prêmios no Brasil destacando-se o “Grande Prêmio da Crítica” da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), em 1991. Estreou com a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo em 1977, aos 20 anos. Apresenta-se regularmente no Brasil, Estados Unidos e Europa, em recitais solo e também com orquestra.  É mestre em musicologia pela ECA-SP. Em 2007, participou de diversos eventos comemorativos aos 80 anos do nascimento de Tom Jobim, como solista da Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo.

Além de pianista e compositor, Caramuru é sócio da empresa Echo Promoções Artísticas. Como curador e produtor musical tem coordenado projetos em instituições como a Fundação Magda Tagliaferro, o Espaço Cultural Correios, a Orquestra Sinfônica da USP, o Centro Cultural Banco do Brasil.

Na música erudita, destacam-se o CD Especiarias do Piano Paulista, com obras de Inah Sandoval e Camargo Guarnieri; uma participação na gravação da obra “Das Lied Von der Ede” de Gustav Mahler, em versão camerística de Arnold Schoenberg; e a interpretação do ciclo “Dichterliebe” opus 48 de Schumann, com o tenor Fernando Portari.

Em entrevista dada a Berenice Bellato no dia 29 de março de 2014 pela Net Canal [4], Fábio relatou sobre sua volta da França em 1982. Em 1983, sentiu-se limitado à partitura, rompendo então com a música por um período; começou a trabalhar com arquitetura e produção musical, abrindo assim sua própria empresa. Produzindo outros músicos, Fábio voltou a tocar, mas não da mesma forma. Segundo relatou na entrevista, sentiu a necessidade de tocar de uma maneira mais livre, na qual ele pudesse desenvolver um jeito próprio. Então, através de partituras de Tom Jobim, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, choros e valsas, Fábio passou a improvisar através destas, recriando o gosto pela música, de uma maneira descontraída e mais livre. Após dez anos, em 1993, tocou o Concerto para Piano e Orquestra de Poulenc com a OSESP, se sentindo com mais coragem, e se identificando com a música novamente.

Em 2004, Caramuru lança seu primeiro CD autoral com o título de Moods Reflections Moods, [5] marcando o início do aprofundamento pessoal do pianista, voltando-se para um trabalho de livre improvisação, lançando-o como compositor. A gravação foi feita em uma única sessão, na qual uma de suas faixas é sua composição intitulada Reflections I [6].

 

3. METODOLOGIA

Com a finalidade de obter informações para responder ao problema desta pesquisa foi feita uma entrevista semi – estruturada com o compositor Fábio Caramuru.

Segundo Moroz, “A entrevista tem a vantagem de envolver uma relação pessoal entre pesquisador/sujeito, o que facilita um maior esclarecimento de pontos nebulosos” (MOROZ, 2006, p.79).  Desta forma, sendo o compositor e sua peça os objetos de estudo deste artigo, buscamos informações diretamente com este. Goldenberg diz que “A entrevista ou questionário são instrumentos para conseguir respostas que o pesquisador não conseguiria com outros instrumentos” (GOLDENBERG, 1997, p.90).

A entrevista foi dividida em quatro temas: Processo Criativo, a peça Reflections I, Figura do compositor – intérprete e Análise.

Em se tratando de processos criativos buscamos saber como se originou as próprias criações, como foi o processo de criar Reflections I, quais as influências e como se deu o processo do compositor após essa composição. Sobre a peça em específico, procuramos saber do compositor qual o motivo da sugestão da peça Reflections I, como surgiu o título da peça e o que esta significa para o compositor. Inserindo a figura do compositor – intérprete buscou-se saber como foi para o compositor interpretar sua própria peça pela primeira vez após a composição, e também, se ouviu outras pessoas interpretando esta peça. A respeito de análise da peça, a entrevista teve o foco nos materiais que o compositor utilizou para criar a sonoridade de improviso ou reflexão na peça em estudo.

Além da entrevista foi feita uma análise da peça Reflections I com foco principal na sonoridade e na movimentação dos sons na peça. Foram analisados: tonalidade, sonoridades harmônicas, textura para entender quais os processos e materiais utilizados por Fábio Caramuru ao compor esta peça que nos dá a impressão de um improviso e reflexões em sua construção.

 

4. O PROCESSO CRIATIVO

Fábio Caramuru relata em seu CD Moods Reflections Moods que ficou afastado do piano por 10 anos. Isto se deu desde o início porque sua relação com o texto musical escrito e as exigências da música de concerto se tornaram angustiantes para ele. Estudando o repertório clássico passou a se sentir um pouco sem função, repetindo as mesmas obras que muitos pianistas faziam, e assim, começou a se questionar de qual seria a sua contribuição musical desta maneira. Ele buscava uma forma de se sentir mais inteiro.

Nachmanovitch diz que os músicos de formação clássica quando descobrem que podem tocar sem o uso de partitura é como se desfizessem de muletas. Segundo ele “o que aprendemos com a nossa renovada capacidade de improvisação é que depender da criatividade dos outros pode nos enfraquecer” (NACHMANOVITCH, 1993, p. 55).

Então, sentiu-se motivado a retomar com a música de uma maneira gratificante, fazendo arranjos para músicas de Tom Jobim e Inah Machado Sandoval. Também se aprofundou na obra de Camargo Guarnieri, criou arranjos com caráter infantil para uma série de cantigas brasileiras e descobriu a sonoridade pianística do americano Richard Rodgers.

Caramuru diz que “Moods Reflections Moods é uma experiência de ruptura, de liberação radical do texto musical, de um plano pré-estabelecido” (CARAMURU, 2003).

Neste artigo tomamos como base uma de suas peças do CD Moods Reflections Moods, gravado em 22 de dezembro de 2003 no Espaço Promon em São Paulo – SP. Foi uma sessão de duas horas de gravação na qual, Fábio selecionou os takes que integram o CD. Uma dessas faixas é a peça em questão Reflections I, que mais tarde foi transcrita pelo pianista e arranjador Marco Bernardo.

Dois meses antes da gravação do CD, Fábio relata que todos os dias seu principal exercício no piano era trabalhar com determinadas estruturas de maneira livre. Através de melodias que tinha interiormente fazia improvisos, um dia mais agitado criando melodia do allegro para o presto, em outro dia mais calmo, se concentrava mais na sonoridade em andamento mais lento. Essa prática musical durante esses meses antes da gravação fez com que o compositor desenvolvesse essas estruturas, motivos e fraseados. E assim diz que “Curtia fazer isso em casa, antes de iniciar minha prática diária, para me instalar no piano” (CARAMURU, 2014).

Nachmanovitch diz que “algumas improvisações são apresentadas no momento em que nascem, inteiras e de repente; outras são “improvisações estudadas”, revisadas e reestruturadas durante certo tempo” (NACHMANOVITCH, 1993, p. 19).

Este CD se divide em três partes, Moods, Reflections e Moods. No momento da gravação, Fábio quis fazer um primeiro momento mais explosivo, segundo ele, em seguida descansar e fazer algo mais contido, curtindo a sonoridade, e depois voltar com as criações explosivas e agitadas novamente. Desta parte central surgiu Reflections I, que segundo o compositor, foram momentos de reflexão. Os temas foram surgindo no momento, diz Fábio, não foi planejado, mas aconteceu a partir de uma prática que o fez ter um campo para improvisar.

Segundo Caramuru “Este CD é o resultado de uma sessão de improvisação, na qual a música fluiu conforme os humores e reflexões do momento” (CARAMURU 2003).

Caramuru diz que Reflections I, reflete exatamente este estado de espírito. Reconhece na peça a influência da sonoridade da música francesa, como Maurice Ravel e Claude Debussy. Assim também como musicais americanos e a música de Richard Rodgers. Diz Caramuru que “é uma mistura de linguagem de musical americano com compositores franceses” (CARAMURU, 2014).

O compositor também relata que:

As idéias se organizam a partir do momento em que o intérprete improvisador opta por determinada estrutura ou motivo inicial na execução e deixa-se levar pela interação com os harmônicos do instrumento. Existe uma opção deliberada inicialmente, se não, seria algo caótico, sem organização e sem sentido (CARAMURU, 2014).

O processo criativo para Salles, é um processo que através de características que alguém lhe oferece, surge algo que não existia antes. No movimento criativo “um artefato artístico surge ao longo de um processo complexo de apropriações, transformações e ajustes” (SALLES, 1998, p.13).

Em se tratando de motivação criadora, Fayga coloca o termo “antecipação mental”, como sendo um ato intuitivo construído ao longo do tempo, de vivências e experiências, que no ato da criação surge tanto consciente como inconscientemente. E assim, segundo Fayga:

Daí podemos falar de uma ‘intencionalidade’ da ação humana. Mais do que um simples ato proposital, o ato intencional pressupõe existir uma mobilização interior, não necessariamente consciente, que é orientada para determinada finalidade antes mesmo de existir a situação concreta para a qual foi solicitada. É uma mobilização latente seletiva (Ostrower, 1987, p. 10).

O próprio intérprete – compositor Fábio Caramuru nos diz algo a respeito, quando se refere à escolha de uma determinada estrutura para que a criação não seja algo sem organização.

Fábio relatou em entrevista que antes de compor algo novo, usando de improvisação, procura “brincar” um pouco com a tonalidade, sentindo os harmônicos do instrumento no grave médio e agudo. Segundo ele, no momento que toca é como se fosse uma síntese de tudo que viveu. Fábio diz que “tudo aquilo que é formação da gente, infância, adolescência, estudos, dúvidas, crises, desemboca no momento atual que eu estou e transparece no que estou fazendo” (CARAMURU, 2014).

Para Fayga, a memória é um elemento central no processo de criação. A autora diz que é possível interligar o ontem com o amanhã. E assim coloca que “as intenções se estruturam junto com a memória. São importantes para o criar” (Ostrower, 1987, p. 18).

Em outras palavras, no processo criativo do compositor Fábio Caramuru percebe-se uma interação do momento atual que ele se encontra com várias situações já vividas anteriormente e que reflete no momento da criação. E também de uma interação com o instrumento buscando a sonoridade para aquele instante de acordo como ele mesmo se sente.

A prática diária de várias estruturas e sonoridades o fazem improvisar e criar melodias de acordo com o local e como ele está consigo mesmo.

 

5. ANÁLISE REFLECTIONS I

A peça Reflections I é a que mais trouxe ao compositor uma satisfação como resultado final, e segundo ele é estruturalmente mais equilibrada.

Como mencionado anteriormente, esta peça faz parte do segundo momento de criação do compositor na gravação de Moods Reflections Moods, na qual passa a ter seus momentos de reflexão de maneira mais contida.

Optou-se em fazer uma análise livre, com base na sonoridade que nos dá a impressão de improviso e reflexões.

O ponto central desta peça, segundo o compositor é o caminho do baixo que faz o suporte para a melodia. Fábio diz que “O baixo era tudo. Eu me sustentava no baixo para a melodia ir surgindo” (CARAMURU, 2014).

Foram observados quatro eixos principais nos baixos: mi, lá, dó e fá.

Compasso 1:                                                                  Compasso 11:

Compasso 30:                                                                  Compasso 37:

Um das características que reforça a ideia do improviso é a distribuição do suporte feito pelo baixo aparecer de maneira irregular durante a peça. O baixo é mantido enquanto a mão direita trabalha com melodias diferentes. A relação dos baixos em terças é uma relação modal, e assim não reforça um centro tonal.

Alguns motivos principais foram destacados:

Compasso 1:                                                  Compasso 11:

 

Compasso 17:                                            Compassos: 27 – 28

 

Os vários motivos funcionam como sonoridades diferentes, pois não se desenvolvem de maneira tradicional.

Outra característica é o recurso de omitir a IV ou a VI do Modo.

 

Dó Jônico ou Lídio (compasso 5):                   Mi Eólio ou Dórico (compasso 12):

Em Dó existe a omissão de fá ou fá sustenido, em Mi omite dó ou dó sustenido. Percebe-se assim uma possível ambiguidade e o trabalho do cromatismo na peça. Com essa ambiguidade dos modos percebe-se uma estratégia de improviso.

A peça tem início com o baixo mi, grave e uma ponte usando um acorde diminuto nos compassos 23 e 24 faz a transição para uma nova sessão com o baixo em uma oitava acima retornando com mi no baixo.

 

O Ostinato da mão esquerda vai até o dó central (compasso 45), e partir de então, aos poucos retorna ao grave, sempre com base nos baixos de sustentação.

Compasso 45:

 

O uso das quartas como no compasso 62: si-mi e mi-lá.

 

O uso da escala pentatônica com a omissão de algumas notas, assim como no compasso 65:

Harmonia quartal, compasso 69:

dó – fá# – si – mi – lá – ré

O uso dos Cromatismos:

Exemplo: si natural – si bemol:

 

RÉ# – MI – FÁ – FÁ# – SOL:

Conclui-se que algumas estratégias são utilizadas na peça, assim como os centros dos baixos por terças, o jogo modal, a omissão de algumas notas que são feitas em relação ao centro, trechos por quarta ou pentatônica fazendo pequenos contrastes.

Sendo assim, a peça sempre tem algo em transformação, não existe uma ideia fixa, não se sabe a direção do som em relação ao pensamento do compositor, tornando-se imprevisível. Essa imprevisibilidade nos dá a escuta de ser um improviso e a sensação de vários pensamentos de reflexão.

 

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao finalizar este trabalho, ressaltamos alguns aspectos fundamentais no processo criativo do compositor Fábio Caramuru. Com uma formação erudita desde o início, o compositor sentiu a necessidade de fazer uma música que acontecesse no momento e não algo que já estava escrito por outro.  O processo de rompimento com a música por um período o encorajou a compor, iniciando um novo trabalho.

Este processo de composição que deu origem à peça em estudo deste artigo foi um resultado de uma prática diária do compositor durante meses, antes da gravação do CD.

Percebe-se a interação do compositor com o momento, o local, e como ele mesmo se sente no instante de compor através da improvisação. As influências são aspectos essenciais percebidos nessa composição, assim como o próprio compositor relatou na entrevista, sua composição teve influências de Ravel, Debussy e Richard Rogers, que foram as obras que ouvia e trabalhava na época. E também segundo ele, tudo desemboca no momento de uma criação, desde a infância até o momento atual, estudos e até mesmo algumas crises.

E para encerrar este artigo, nada melhor do que as próprias palavras do compositor sobre sua relação com a música atualmente: “O meu prazer na música é esse, criar”. (CARAMURU, 2014).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BELLATO, Berenice.  Berenice e Você. Net São Paulo, canal 2, 20 mar. 2014. Entrevista com Fábio Caramuru. Disponível em < http://www.youtube.com/watch?v=wFqn-1Gamq4> Acesso em: 10 jun. 2014.

CARAMURU, Fábio. Reflections IPeça. Disponível em <http://www.youtube.com/watch?v=oXgzZ-J_7C8> Acesso em: 10 jun. 2014.

CARAMURU, Fábio. In Wikipedia: a enciclopédia livre. Disponível em < http://pt.wikipedia.org/wiki/Fabio_caramuru>. Acesso em: 10 jun. 2014.

CARAMURU, Fábio. Disponível em: <https://fabiocaramuru.com.br/>. Acesso em: 10 jun. 14

Encarte do CD Moods Reflections Moods – Gravado em 22 de dezembro no Espaço Promon, São Paulo – SP

GOLDENBERG, Miriam. A arte de pesquisar – como fazer pesquisa qualitativa em Ciência Sociais. Rio de Janeiro/São Paulo: Editora Record, 1997.

MOROZ, Melania. O processo de pesquisa: iniciação/Melania Moroz e Mônica Helena Tieppo Alves Gianfaldoni. – Brasília: Liber Livro Editora, 2ª edição, 2006.

NACHMANOVITCH, Stephen. Ser Criativo – O poder da improvisação na vida e na arte; [tradução de Eliane Rocha]. – São Paulo: Summus, 5ª Edição, 1993.

Ostrower, Faiga, Criatividade e Processos de Criação, 20ª. Edição, 1987, Petrópolis, Editora Vozes.

SALLES, Cecília A. Gesto inacabado: processo de criação artística. São Paulo: Annablume, 1998.

 


[1] Discente do Curso de Pós-Graduação Em Música – Performance – Piano.

[2] Docente orientador do Curso de Pós-Graduação Em Música – Performance – Piano.

[3] www.fabiocaramuru.com.br. Disponível em: < https://fabiocaramuru.com.br/>. Acesso em: 10 jun. 14

[4] www.youtube.com.br, Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=wFqn-1Gamq4. Acesso em: 10 jun. 14

[5] Gravado em 22 de dezembro no Espaço Promon, São Paulo – SP

[6] www.youtube.com.br, Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=oXgzZ-J_7C8. Acesso em: 10 jun. 14

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TOM JOBIM, 20 ANOS DE SAUDADE CELEBRA LEGADO DO COMPOSITOR, COM

APRESENTAÇÕES MUSICAIS E ENCONTRO PARA DISCUTIR A OBRA DO MAESTRO SOBERANO

 

Evento tem curadoria de Fábio Caramuru e acontece na Caixa Cultural, em SP. Entrada é franca

Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, ou simplesmente Tom Jobim (1927-1994), é considerado por muitos o maior artista de todos os tempos da música brasileira.

Criador e nome de referência do histórico movimento bossa nova, notável maestro, compositor, pianista e arranjador, ele terá seu legado revisitado entre os dias 17 e 20 de julho de 2014, na Caixa Cultural, em São Paulo, com a série Tom Jobim, 20 Anos de Saudade.

Com curadoria do pianista e produtor Fábio Caramuru, o evento terá entrada franca. Em quatro apresentações, reunirá diversas formações e artistas de reconhecida trajetória, que transitam com autoridade pelo repertório do homenageado, entre eles Paula e Jaques Morelenbaum, Alaíde Costa, Mario Adnet e Marco Bernardo, além do próprio curador, que em 2007 realizou o projeto Tom Jobim 80 Anos, no Rio de Janeiro, com patrocínio dos Correios.

Ao longo da programação, serão lembradas cerca de 60 canções de Tom Jobim e alguns de seus parceiros, tais como Dorival Caymmi, Vinicius de Moraes, Billy Blanco, Radamés Gnattali e Cesar Camargo Mariano. Além disso, seu legado também será tema de um encontro de especialistas, no dia 19: o jornalista Zuza Homem De Mello, os maestros Júlio Medaglia e Gil Jardim e o curador do projeto, Fábio Caramuru, debaterão a obra de Jobim com o público.

“Para mim, homenagear Tom Jobim é algo que acontece de forma cotidiana e natural, sendo um prazer inigualável interpretar sua música. A obra de Jobim proporciona uma inesgotável descoberta de sonoridades, talhadas no bom gosto e no equilíbrio, com harmonias, ritmos e melodias essenciais e bastante sofisticados. É uma grande honra estar à frente de um projeto dedicado à lembrança do maestro soberano, reunindo artistas tão representativos da cultura brasileira”, afirma Caramuru.


Programação

17 de julho | quinta-feira |19h15
Paula Morelenbaum (voz), Jaques Morelenbaum (violoncelo)
Marcelo Costa (percussão) e Lula Galvão (violão)

Programa: Surfboard | Samba de uma nota só | Brigas nunca mais | Águas de março | O grande amor | Sabiá | Insensatez | Falando de amor | Vivo sonhando | Desafinado | Só tinha de ser com você | A felicidade | Gabriela | Chega de saudade | Outra vez | Retrato em branco e preto | O morro não tem vez | Ela é carioca | Água de beber | Amor em paz | Wave

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Paula Morelenbaum

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Jaques Morelenbaum

18 de julho | sexta-feira| 19h15
Mario Adnet (violão/direção musical)

Marcos de Andrade Nimrichter (piano), Marcelo Marcos Martins (sax tenor e alto), Eduardo Neves (flautas e sax tenor e soprano)

Programa: Só danço samba | Maracangalha (Dorival Caymmi) | Mojave | Antigua | Surfboard | Polo Pony | Sue Ann | Bonita | Valsa de Porto de Caxias | Samba do Avião | Esperança perdida (Tom Jobim e Billy Blanco)

19 de julho | sábado | 19h15
Fábio Caramuru e Marco Bernardo (dois pianos)

Samba do Avião | Chega de Saudade | Luiza | Ligia | Passarim | Remexendo (Radamés Gnattali) | Anos dourados | Retrato em branco e preto | Marina del Rey | Sabiá | Serenata do Adeus (Vinicius de Moraes) | Desafinado | Insensatez | Meu amigo Radamés | Samambaia (Cesar Camargo Mariano) | Baião malandro (Egberto Gismonti) | Domingo no parque (Gilberto Gil) | Águas de Março

Brasil em Dois Pianos | Foto Otavio Dias | Aronne Pianos SP

Às 20h30 | Conversa com o público sobre a obra de Tom Jobim, com Julio Medaglia, Fábio Caramuru, Gil Jardim e Zuza Homem de Mello

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Fábio Caramuru | Direção Artística

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Julio Medaglia

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Gil Jardim

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Zuza Homem de Mello

 

20 de julho | domingo | 19h15
Alaíde Costa (voz) e Giba Estebez (piano)

Retrato em branco e preto | Estrada branca | Caminho de pedra | Falando de amor | Caminhos cruzados | Insensatez | Pois é | Se é por falta de adeus | Cala meu amor | Demais | Outra vez | Modinha | Canta, canta mais

Entrada franca
CAIXA CULTURAL, São Paulo | Praça da Sé, 111, São Paulo
www.caixa.gov.br/caixacultural
tel. (11) 3321-4400

Patrocínio | Caixa Econômica Federal
Realização | Echo Promoções Artísticas | www.echobr.com.br

 

Perfis

Fábio Caramuru e Marco Bernardo – Duo Brasil em Dois Pianos

Ambos os pianistas destacam-se pela versatilidade. Marco Bernardo exerce intensa atividade como arranjador, regente, solista e camerista. Lançou em 2012 o CD duplo Radamés Gnattali – Integral dos Choros para Piano Solo. Caramuru, ex-aluno de Magda Tagliaferro em Paris, vem se aprimorando na arte de alternar-se com desenvoltura na interpretação do repertório erudito, da música brasileira e da improvisação. Lançou em 2007 o CD duplo Piano – Tom Jobim por Fábio Caramuru e divulga a obra de Jobim em diversos países.

 

Alaíde Costa

Iniciou sua carreira no final da década de 1940, no programa Arraia Miúda, de Renato Murce, na Rádio Nacional. Com um canto suave e sussurrado, é considerada uma das vozes mais perfeitas do país. Consagrou-se em 1964 com Onde está você?, de Oscar Castro Neves, grande marco da música popular brasileira. Com diversos discos gravados em 50 anos de carreira, participou dos principais programas de televisão e de rádio no eixo Rio-São Paulo e festivais internacionais, além de ter recebido importantes prêmios e homenagens de expoentes da música popular brasileira. Uma das grandes referências musicais do movimento surgido em 1957, a bossa nova, frequentava a boemia do Beco das Garrafas, em Copacabana.

 

Mario Adnet

Compositor, violonista, arranjador e produtor carioca, nascido em 1957, atua profissionalmente desde 1980, quando foi lançado o disco Alberto Rosenblit & Mario Adnet. Em 2003 foram lançados o CD duplo e o DVD Jobim Sinfônico, projeto concebido e produzido por Mario Adnet e Paulo Jobim, registro definitivo da obra orquestral de Tom Jobim, gravado ao vivo na Sala São Paulo, com a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e participação de Milton Nascimento. Foi considerado pela Secretaria de Cultura de SP o melhor projeto do ano de 2002 e ganhador do Grammy Latino de 2004 na categoria de CD clássico, além de indicado ao Grammy americano em 2006, através do selo Adventure Music.

 

Jaques Morelenbaum

Compositor e diretor musical carioca, nascido em 1954, estudou violoncelo, regência, composição e análise de música, ainda no Brasil, antes de ingressar no New England Conservatory of Music. Com Caetano Veloso escreveu e produziu trilhas sonoras para O Quatrilho (1995), filme de Fábio Barreto, Tieta do Agreste (1996) e Orfeu (1999), ambos de Carlos Diegues. A parceria com Caetano Veloso começou no início dos anos 90 e se estendeu por toda a década, com destaque para o disco Livro, ganhador de um Grammy. Outro nome da música brasileira com quem estabeleceu parceria foi Tom Jobim, com quem tocou na Banda Nova de 1984 a 1994. Foi um dos membros do A barca do Sol e integra o Quarteto Jobim/Morelenbaum. Para cinema compôs várias trilhas sonoras, entre elas a de Central do Brasil (1998), de Walter Salles, em parceria com Antonio Pinto e vencedor do prêmio Sharp, e Olhos azuis (2009), de José Joffily, prêmio de melhor trilha sonora original no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2011.

 

Paula Morelenbaum

Entre 1984 e 1994, cantou ao lado do maestro Antonio Carlos Jobim, participando da gravação dos álbuns Passarim (1986 – Universal), Antonio Brasileiro (1993 – Som Livre), Tom Jobim Inédito (1995 – BMG), Tom canta Vinicius (2000 – Jobim Music / Universal) e apresentando-se no Brasil, Japão, Europa, Canadá e Estados Unidos, destacando-se concertos realizados no Carnegie Hall e no Lincoln Center. Em 1995, formou com Paulo Jobim, Daniel Jobim e Jaques Morelenbaum o Quarteto Jobim-Morelenbaum, um quarteto vocal e instrumental de formação camerística, aclamado pela crítica e público. Em 2001, com Ryuichi Sakamoto e Jaques Morelenbaum, formou o trio Morelenbaum2/Sakamoto e com ele lançou os CDs Casa (Kab/Universal Music), gravado na casa de Tom Jobim e Live in Tokyo (Warner Music Japan). No Japão também participa do show Get’s bossa-nova, que também contava com a participação de Roberto Menescal, Marcos Valle Bossacucanova, Moska, e Leny Andrade. Também realizou turnê com o trio Morelenbaum2/Sakamoto divulgando o CD Casa pelos Estados Unidos e Europa, trabalho aclamado pela crítica internacional.

 

Zuza Homem de Mello

Desde 1958 vem realizando palestras e cursos sobre MPB e jazz no Brasil e no exterior, tendo sido também jurado de alguns dos mais importantes festivais de música no Brasil. Nos anos 70 dirigiu a série de shows O Fino da Música, São Paulo, que apresentou nomes como Elis Regina, Elizeth Cardoso, João Bosco, Ivan Lins e Alcione. Nos anos 80, dirige os Festivais de Verão do Guarujá, reunindo Jackson do Pandeiro, Patativa do Assaré, Luiz Gonzaga, Jorge Ben, Raul Seixas, Djavan, Beto Guedes e Alceu Valença. Mais tarde, produz a turnê de Milton Nascimento ao Japão (1988); dirige Milton e Gilberto Gil na série de concertos Basf Chrome Music (1989); nos anos 90 assume a direção geral do Festival Carrefour, que revela nomes como Chico César, Lenine, Sérgio Santos e Zélia Duncan; dirige para o SESC diversos shows, a série Ouvindo Estrelas, os 10 espetáculos Aberto para Balanço comemorativos dos 50 anos da entidade e o concerto de 100 anos de George Gershwin. Na televisão, apresentou a série Jazz Brasil pela TV Cultura. Produziu discos de Jacob do Bandolim, Orlando Silva, Fafá Lemos e Carolina Cardoso de Meneses e Elis Regina. Publicou os livros Música Popular Brasileira cantada e contada (1976), A Canção no Tempo (em coautoria com Jairo Severiano, 1997-98), João Gilberto (2001), A Era dos Festivais (2003) e Música com Z (2014), entre outros.

 

Júlio Medaglia

O maestro tem regido, no Brasil e em diversos países do mundo, além de atuar em diversos projetos culturais. É constantemente convidado para ministrar palestras em todo o Brasil, além de ser ensaísta e colaborador dos mais importantes órgãos de imprensa nacionais. Tem livros publicados como tradutor e autor (Música Impopular, já na segunda edição, Música, Maestro!, 2009). É membro da União Brasileira de Escritores e da Academia Paulista de Letras, ocupando, nesta última, a cadeira nº 3, que pertenceu a Mário de Andrade. Tem composições, extraídas de suas trilhas sonoras para filmes, peças de teatro e TV, assim como arranjos seus, interpretados e gravados por membros da melhor orquestra do planeta, a Filarmônica de Berlim. Em 2005 estreou um novo e revolucionário programa na TV Cultura, Prelúdio, um “show de calouros” para jovens intérpretes de música clássica, revelando talentos da área.

 

Gil Jardim

Transitando entre a música erudita, a música instrumental e a MPB, produziu composições, arranjos e atuou  como maestro em turnês pelo Brasil e pelo mundo, em trabalhos com músicos como Milton Nascimento, Naná Vasconcelos, César Camargo Mariano, Ivan Lins, Leila Pinheiro, Egberto Gismonti, Gianluca Littera,  etc..  Como maestro dirigiu boa parte das grandes orquestras brasileiras: Orquestra Municipal de São Paulo, Orquestra de Câmara da OSESP, Orquestra Sinfônica do Paraná, Orquestra Sinfônica do Teatro Claudio Santoro, Orquestra Sinfônica de Recife, Orquestra Sinfônica da Bahia, Banda Sinfônica do Estado de São Paulo e Jazz Sinfônica de São Paulo. No exterior dirigiu orquestras como a Brooklyn Academy of Music Symphony Orchestra (Nova Iorque), a Royal Philarmonic Concert Orchestra (Londres), a Camerata Mexicana (México), a Orquestra Regionalle del Lazio (Roma) e Orquestra de Camara Mayo ( Buenos Aires).

 

Fábio Caramuru – Curador, intérprete e apresentador

Como bolsista do governo francês, especializou-se com a pianista Magda Tagliaferro, em Paris, na década de 1980. Músico paulista de grande versatilidade, atua em diversos gêneros musicais como solista, camerista, arranjador e compositor. Aos 20 anos de idade, após vencer o Concurso Jovens Solistas da OSESP, executou com a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, em primeira audição nacional, o Concerto para Piano e Instrumentos de Sopro, de Stravinsky. Ganhador do Grande Prêmio da Crítica-APCA em 1991, concluiu o mestrado na Escola de Comunicações e Artes da USP, onde defendeu dissertação sobre a obra de Tom Jobim. Tem sete CDs lançados, sendo dois autorais. Entre seus trabalhos recentes, destacam-se concertos como solista da OSESP, da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo, da Orquestra Sinfônica da USP, da Orquestra Jazz Sinfônica, da Orquestra do Theatro São Pedro, da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais e da Brussels Philharmonic, na Bélgica; suas apresentações de música brasileira nos Estados Unidos, Canadá e na Europa, e de jazz, no Zinc Jazz Club de Nova York e no Modds Jazz de Zurique, no Club Reserva de Gent, no Festival de Jazz de Havana; o lançamento do álbum duplo Piano – Tom Jobim por Fábio Caramuru (MCD); a realização do projeto Pocket Trilhas no Centro Cultural Banco do Brasil; sua parceria com o contrabaixista Pedro Baldanza resultou no CD de jazz autoral Bossa in the Shadows (Labor Records), tão elogiado pela crítica nacional e internacional quanto sua interpretação da música de Tom Jobim. Ultimamente vem se dedicando ao projeto Brasil em Dois Pianos, com o pianista e arranjador Marco Bernardo, bem como ao projeto autoral EcoMúsica, baseado na interação entre música e sons da natureza brasileira em seus diversos ecossistemas.


Mais informações à imprensa
11 3824-4200 / www.editorweb.com.br

 

 

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Brasil em Dois Pianos no Centro Cultural São Paulo

Neste concerto dedicado à música brasileira, os pianistas Fábio Caramuru e Marco Bernardo mostram suas maiores especialidades, alternando-se em solos e duos de piano, na interpretação de grandes sucessos da nossa música popular.

Solando, Caramuru interpreta Tom Jobim, e Marco, Radamés Gnattali. A dois pianos, os músicos realizam arranjos inéditos de Marco Bernardo para músicas de Jobim e Gnattali, além de Cesar Camargo Mariano e Egberto Gismonti.

Registro ao vivo do recital feito no dia 10 de dezembro de 2013, no Centro Cultural São Paulo.

Fonte:
http://www.ccsplab.org/maisccsp/fabio-caramuru-e-marco-bernardo-pianos/

Nesse concerto dedicado exclusivamente à música brasileira, os pianistas Fábio Caramuru e Marco Bernardo se reúnem para mostrar suas maiores especialidades, alternando-se em solos e a dois pianos, com arranjos inéditos escritos por Marco Bernardo especialmente para essa formação. O programa do concerto, centrado nas obras de Radamés Gnattali e de Tom Jobim, inclui também músicas de Cesar Camargo Mariano, Vinicius de Moraes, Gilberto Gil, Egberto Gismonti e Rita Lee.

Fábio Caramuru é um dos maiores especialistas do Brasil em Tom Jobim, tema de seu mestrado pela ECA-USP. Além disso, lançou em 2007 o CD duplo Piano – Tom Jobim por Fábio Caramuru. Marco Bernardo, por sua vez, é nome de referência no país quando se trata do legado de Radamés Gnattali. Em 2012, lançou o CD duplo Radamés Gnattali: Integral dos Choros para Piano Solo.

Os pianistas tocaram juntos, pela primeira vez, em agosto de 2012, com a Orquestra do Theatro São Pedro, em São Paulo, interpretando a Fantasia para dois pianos e orquestra sobre temas de Tom Jobim (Rodrigo Morte), sob regência de Emiliano Patarra.

 

Programa

Negaceando (Radamés Gnattali)
Uma rosa para Pixinguinha (Radamés Gnattali)
Remexendo (Radamés Gnattali)
Dindi (Tom Jobim)
Two kites (Tom Jobim)
Samba do avião (Tom Jobim)
Vaidosa (Radamés Gnattali)
Alma brasileira (Radamés Gnattali)
Domingo no parque (Gilberto Gil)
A correnteza (Tom Jobim)
Flor do mato (Tom Jobim)
Serenata do adeus (Vinicius de Moraes)
Canhoto (Radamés Gnattali)
Zanzando em Copacabana (Radamés Gnattali)
Baião malandro (Egberto Gismonti)
Amparo (Tom Jobim)
Chovendo na roseira (Tom Jobim)
Samamabia (Cesar Camargo Mariano)
Lança perfume (Rita Lee)

Brasil em Dois Pianos | 10 de dezembro de 2013 | 20h30

Nesse projeto dedicado exclusivamente à música brasileira, os pianistas Fábio Caramuru e Marco Bernardo se reúnem para mostrar suas maiores especialidades, alternando-se em solos e a dois pianos, com arranjos inéditos escritos por Marco Bernardo especialmente para essa formação. O programa do concerto, centrado nas obras de Radamés Gnattali e de Tom Jobim, inclui também músicas de Cesar Camargo Mariano, Vinicius de Moraes, Gilberto Gil, Egberto Gismonti e Rita Lee.

Ambos destacam-se pela versatilidade. Marco Bernardo exerce intensa atividade como arranjador, regente, solista e camerista. Lançou em 2012 o CD duplo Radamés Gnattali – Integral dos Choros para Piano Solo. Caramuru vem se aprimorando na arte de alternar-se com desenvoltura na interpretação do repertório erudito, da música brasileira e da improvisação, tendo lançado em 2007 o CD duplo Piano – Tom Jobim por Fábio Caramuru.

Os pianistas tocaram juntos, pela primeira vez, em agosto de 2012, com a Orquestra do Theatro São Pedro, em São Paulo, interpretando a Fantasia para dois pianos e orquestra sobre temas de Tom Jobim (Rodrigo Morte), sob regência de Emiliano Patarra.

Programa

Negaceando (Radamés Gnattali)
Uma rosa para Pixinguinha (Radamés Gnattali)
Remexendo (Radamés Gnattali)
Dindi (Tom Jobim)
Two kites (Tom Jobim)
Samba do avião (Tom Jobim)
Vaidosa (Radamés Gnattali)
Alma brasileira (Radamés Gnattali)
Domingo no parque (Gilberto Gil)
A correnteza (Tom Jobim)
Flor do mato (Tom Jobim)
Serenata do adeus (Vinicius de Moraes)
Canhoto (Radamés Gnattali)
Zanzando em Copacabana (Radamés Gnattali)
Baião malandro (Egberto Gismonti)
Amparo (Tom Jobim)
Chovendo na roseira (Tom Jobim)
Samamabia (Cesar Camargo Mariano)
Lança perfume (Rita Lee)

Marco Bernardo – piano | Arranjos para dois pianos e solos das obras de Radamés Gnattali
Fábio Caramuru – piano | Arranjos e solos das obras de Tom Jobim | Seleção de cenas projetadas
Alexandre Barros | Produção executiva | Echo Promoções Artísticas | www.echobr.com.br

Centro Cultural São Paulo
Rua Vergueiro 1000 – CEP 01504-000 tel 3397 4002 – Paraíso São Paulo – SP
Sala Jardel Filho (321 lugares)
Entrada franca – retirada de ingressos: na bilheteria, uma hora antes do início de cada concerto

Pianista Fábio Caramuru se apresenta em Alphaville

Sábado, 30 de novembro de 2013, às 18h
LOCAL: Espaço de eventos da Saraiva do Shopping Iguatemi Alphaville

FABIO CARAMURU: Pianista paulista, mestre pela ECA- USP. Foi aluno de Magda Tagliaferro, em Paris. Ganhou inúmeros prêmios no Brasil, destacando-se o APCA em 1991. Apresenta-se regularmente no Brasil, Estados Unidos e Europa, em recitais solo e com orquestra. Em 2007, participou de diversos eventos comemorativos aos 80 Anos do nascimento de Tom Jobim, tendo sido solista da Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo – OSUSP, na Sala São Paulo. Em 2011, foi solista com a Brussels Philharmonic, tocando a “Fantasia para dois pianos sobre temas de Tom Jobim.

Programa: Obras de Villa-Lobos, Francis Hime, Baden Powell e Tom Jobim

Brasil em Dois Pianos, com Fábio Caramuru e Marco Bernardo

Algumas simpáticas mensagens recebidas de ouvintes do concerto “Brasil em Dois Pianos”, ontem, no SESC:

“Um espetáculo musical de altíssima qualidade, tanto pelos dois exímios pianistas Fábio Caramuru e Marco Bernardo, quanto pelos magníficos arranjos para o duo elaborados pelo Marco Bernardo. O arranjo para Domingo no parque, de Gilberto Gil, é luminoso, de tirar o ouvinte do chão. Parabéns aos dois grandes músicos e ficamos esperando outra apresentação do duo em breve para curtirmos mais o talento de ambos.”

“Foi lindo demais. Emocionante mesmo. Dois gênios, tocando piano maravilhosamente bem, a ponto de provocar lágrimas. Já estou sabendo que o próximo será no Centro Cultural São Paulo. Estarei lá, de novo. Incansável de ouvir. Obrigada aos dois, Fábio Caramuru e Marco Antonio, pelo momento. (depois eu posto as fotos do evento)”

“Eu e o querido amigo João Alexandre Viégas, vindo especialmente de Campinas para esse sensacional espetáculo, não nos cansamos de tecer as mais elogiosas loas ao exímio duo de pianistas… Que venha logo o disco, para eternizar esses formidáveis arranjos! Agradecemos pela gentileza do convite, estendida ao agradabilíssimo jantar. Foi uma noite memorável, daquelas de marcar no calendário de nossa vida. Foi um privilégio! Muito obrigado aos espetaculares Fábio Caramuru e Marco Bernardo por esse dia especial!”

“Fábio Caramuru, este belíssimo programa tem que ser repetido mais vezes!! As cenas com os próprios compositores foram muito legais! Parabéns a você e ao Marco Bernardo!”

“Fiquei arrepiado nos solos e duetos, linda homenagem ao Jobim e Gnattali com os vídeos também. O dueto do Gismonti foi fantástico! Precisamos de bis! Muito obrigado”

“Foi realmente fantástico! Cada um em seu momento, um clima sucedendo outro em perfeita harmonia, os vídeos tão bem colocados, leves e divertidos. A plateia curtiu muito! Parabéns e obrigada”

“Serenata do Adeus me arrepia. Sensacional, de verdade!”

Sobre o concerto

Neste concerto dedicado à música brasileira, os pianistas Fábio Caramuru e Marco Bernardo mostram um pouco de suas especialidades, alternando-se em solos e apresentações a dois pianos para interpretações de grandes sucessos de nossa música.

Em solos, de acordo com suas maiores especialidades, Caramuru interpreta seis músicas de Tom Jobim e Marco seis obras de Radamés Gnattali. A dois pianos, os músicos realizam arranjos inéditos de Marco Bernardo para músicas de Jobim e Gnattali, além de Cesar Camargo Mariano, Vinicius de Moraes, Gilberto Gil, Egberto Gismonti e Rita Lee.

Programa

Tom Jobim – Dindi

Radamés Gnattali – Negaceando, choro

Cesar Camargo Mariano – Samamabia

Radamés Gnattali – Uma Rosa Para Pixinguinha

Tom Jobim – A correnteza

Tom Jobim – Samba do Avião

Tom Jobim – Flor do Mato

Radamés Gnattali – Alma Brasileira

Vinicius de Moraes – Serenata do Adeus

Radamés Gnattali – Vaidosa

Tom Jobim – Two kites

Radamés Gnattali – Remexendo

Tom Jobim – Amparo

Radamés Gnattali – Canhoto

Egberto Gismonti – Baião Malandro

Radamés Gnattali – Zanzando em Copacabana

Tom Jobim – Chovendo na roseira

Gilberto Gil – Domingo no parque

Rita Lee – Lança Perfume

Dia 20 de junho às 21 horas
Ingressos R$ 18,00 e R$ 8,00, comerciários R$ 4,50
SESC Ipiranga
Rua Bom Pastor, 822
Bilheteria de terça a sexta 13h às 21h30, sábados 10h às 21h30, domingos e feriados 10h às 18h30

Lançamento do projeto EcoMúsica | Memorial da América Latina

Fábio Caramuru realiza o lançamento do Projeto EcoMúsica,  tocando arranjos originais no piano que pertenceu a Magda Tagliaferro.

O Projeto EcoMúsica consiste em uma série de filmes artísticos e apresentações temáticas norteadas pela interação entre música, sons e imagens da natureza brasileira. A iniciativa será desenvolvida em diversas etapas, ao longo dos próximos anos, apresentando-se como um projeto cultural fortemente atrelado aos ecossistemas brasileiros.

 

Os dois primeiros temas a serem realizados em 2013 serão o EcoMúsica Aves Brasileiras e o EcoMúsica Mata Atlântica.

Patrocínio | Sertrading

O projeto EcoMúsica, concebido e protagonizado pelo pianista Fábio Caramuru, consiste em uma série de filmes artísticos e apresentações temáticas norteadas pela interação entre música, sons e imagens da natureza brasileira. O projeto tem o apoio oficial do Ministério do Meio Ambiente e será desenvolvido em diversas etapas, ao longo dos próximos anos, apresentando-se como uma iniciativa cultural fortemente atrelada à revelação dos aspectos dos ecossistemas brasileiros. Os dois primeiros temas a serem realizados são EcoMúsica Natureza Brasileira (Ecossistemas) e EcoMúsica Mata Atlântica.

“Existe algo mais gratificante e recompensador para um artista do que reunir suas grandes paixões em um único projeto? Esse é meu estado de espírito ao estar completamente envolvido com o projeto de toda uma vida: o EcoMúsica. O projeto nasceu quando estive pela primeira vez na fazenda Sant’Anna de Monte Alegre, na cidade de São Carlos, coração do estado de São Paulo, convidado pelos proprietários da fazenda para fazer um concerto, juntamente com o contrabaixista Pedro Baldanza. A região é muito característica, pois ainda guarda fortes traços dos áureos tempos das fazendas de café. Com diversas edificações do século XIX, criteriosamente restauradas, a fazenda exibe um dos mais belos projetos de paisagismo que conheço, preservando árvores frondosas centenárias, pomares de jabuticabeiras, pitangueiras, mangueiras e outras tantas frutas, extensos e repousantes gramados, fontes, cursos d’água, instigantes paginações de pisos externos e, como se não bastasse, ainda abriga um posto de recuperação de aves silvestres, monitorado pelo IBAMA. Inúmeras espécies de aves, tais como araras, papagaios, tucanos, corujas, entre outras – após serem tratadas em viveiros – são devolvidas à natureza, mas, como o lugar é realmente paradisíaco, muitas delas continuam circulando pela região, surpreendendo as pessoas que visitam a fazenda. Ali, é muito comum ser presenteado com a inesperada aparição de uma arara azul no banco em que você está sentado, apreciando a paisagem. Ainda mais agradável é ouvir a algazarra multi sonora daquele bando de aves circulando livres e tão próximas, íntimas como se fossem amigas de longa data. Voltando para o motivo da minha visita à fazenda, nossa apresentação foi realizada em uma sala de concertos especial, uma antiga tulha restaurada, muito bem equipada com um piano de cauda e uma vista de tirar o fôlego. Como músicos brasileiros e improvisadores que somos, logo imaginamos como seria a experiência de realizar um trabalho artístico interagindo com tudo aquilo. Vislumbramos temas inéditos que poderiam surgir mesclados àquela exuberância de sonoridades das aves e da natureza, bem como a beleza das locações. Imaginei levar um piano para interagir com todos aqueles sons e paisagens, realizando um registro cinematográfico inédito. Assim nasceu um projeto artístico a ser desenvolvido a longo prazo e em diversas edições, focalizando diferentes temas e ecossistemas brasileiros.

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Recital com pianista Fábio Caramuru | 6 de fevereiro de 2013 | às 21h


Fábio Caramuru | Piano Solo
Tom Jobim, Villa-Lobos, Baden Powell, Piazzolla

CLUB RESERVA
Jan Breydelstraat 32
BE 9000 Gent

Information:
infoclubreserva.be
tel.: +32 (0) 487 88 03 88

Program (main):
wasoclubreserva.be
tel.: +32 (0) 486 28 80 51

 

Sobre Gent *

Capital da província de Flandres Oriental, Gent nasceu de um assentamento celta na confluência dos rios Lys e Scheldt, na Idade Média. Chegou a ser uma das cidades mais ricas e prósperas do norte da Europa. Hoje é a terceira maior cidade da Bélgica e tem pouco mais de 200 mil habitantes. Não é uma cidade muito grande, mas seu esplendor arquitetônico se mantém tão bem preservado que é considerada a “pérola de Flandres”. Além disso, animação não falta por ali. Gent se orgulha de ser uma cidade universitária, cheia de jovens, alegre, movimentada por festivais de música e cinema.

É verdade que ela é bem menos visitada do que a vizinha famosa Bruges, mas nem por isso menos charmosa. Repleta de canais espelhados e antigas edificações, seu astral conquista de cara aqueles que por ali se aventuram.

Fonte: http://www.viajarpelomundo.com/2011/03/gent-perola-de-flandres.html

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Fábio Caramuru e sua mãe, Neide Bello Caramuru

Uma criança, cerca de dois anos e meio… Minhas lembranças mais remotas: meu pai tocando Meditação, de Tom Jobim, e Chove lá fora, de Tito Madi, em um piano recém chegado ao apartamento onde morávamos, no Jardim Paulista. Nessa época, minha mãe me ensinou as primeiras notas musicais, que eu repetia ao piano apenas com o dedo indicador da mão direita. Recordo-me também de me iniciar na percussão, batendo com uma faca na tampa daquele grande piano amarelado que, por minha causa, ficou marcado para sempre…

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Fábo Caramuru e sua mãe, Neide Bello Caramuru

Fábio Caramru na infância e sua mãe, Neide Bello Caramuru

Minha formação foi bastante tradicional. Após iniciar a vida musical com meus pais, fui encaminhado para minha primeira professora, uma russa excepcionalmente musical, Lidia Jefremov. Depois, com Zulmira Elias José, na Escola Magda Tagliaferro, obtive o diploma de piano. Com essas duas professoras estudei todo o repertório tradicional, indo de Bach a Stravinsky. Em seguida, ganhei uma bolsa do governo francês e tive a oportunidade de me aperfeiçoar com Magda Tagliaferro, em Paris, na década de 1980. Com a grande mestra do piano, aprimorei a sensibilidade musical, fazendo sobretudo obras do repertório francês do século XX. De tudo o que vivi e aprendi naquela época, o que ficou de mais agradável e marcante foi o gosto da busca contínua pela melhor sonoridade, sempre.

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Fábio Caramuru em concerto

Antes de ir para a França, já havia me formado em arquitetura, uma vez que decidi contar com uma segunda alternativa, caso não pudesse viver somente da música. Quando voltei ao Brasil, com 24 anos, casado e com maiores responsabilidades, resolvi trabalhar como arquiteto. Vinha há algum tempo sentindo um certo desconforto na minha relação com a música. O prazer de tocar estava diminuindo a cada dia e, na ocasião, não consegui descobrir as causas de meu descontentamento. Posteriormente, notei que não via sentido algum em reproduzir o mesmo repertório executado por milhares de pianistas no mundo inteiro. A minha percepção, na época, era de que aquilo tudo havia se tornado uma grande inutilidade. Não queria ser simplesmente mais um… Essa situação culminou com um afastamento temporário do piano. Na época, parecia ser uma decisão definitiva e, assim, passei a me dedicar a outras atividades, primeiramente à arquitetura, e, posteriormente, à realização de eventos culturais. É importante mencionar que, quando criança, estudei em uma escola bastante tradicional, onde também estudei piano sob o signo do rigor, sempre ouvindo “isso pode, aquilo não pode…” etc. Mais tarde, descobri que meu descontentamento com a música estava relacionado a esse tipo de educação. O Brasil é um país muito peculiar: miscigenado, tropical, diversificado, cheio de ritmos, mas ainda continuamos querendo imitar ad nauseam o purista modelo europeu. Consequentemente ficamos, na maior parte das vezes, feito papagaios, repetindo e ouvindo os mesmos “Beethovens, Mozarts e Schuberts”, como artistas e plateias do dito “primeiro mundo”, em vez de enxergarmos, aceitarmos e explorarmos o enorme potencial de nossa música. Podemos ser muito mais interessantes e creio cada vez mais que o termo erudito, no sentido estrito da palavra, não se aplica à nossa realidade, tanto que a música erudita brasileira está repleta de elementos característicos de nossa cultura popular. Porém, a música erudita nacional dificilmente é compreendida e bem interpretada: Se um pianista toca uma obra de um compositor erudito brasileiro, sem verdadeiramente penetrar na alma popular de nosso país, corre o risco de fazer uma interpretação linear e desinteressante. Isso é muito comum e ocorre com grande parte dos músicos de concerto. Penso que um dos segredos de uma boa interpretação da música brasileira está em interpretar a partitura de maneira mais livre, produzindo, assim, uma sonoridade mais adequada e flexível. Quando toco Jobim, Villa-Lobos ou qualquer outro compositor nativo, procuro sempre estar atento a essa questão, sempre com um olhar na fonte popular, buscando formas de traduzir as notas escritas com propriedade, transformando-as em sons generosamente brasileiros.

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Fábio Caramuru em Brasília

Fábio Caramuru em Brasília, por Christoph Diewald

Retomada

O distanciamento do piano durou alguns anos, até perceber que o problema não estava exatamente no instrumento e sim na maneira como eu me relacionava com o mesmo: minha prática era pautada no rigor excessivo, imposto pelas normas inflexíveis da música erudita. Na verdade, a música me fazia muita falta e nunca me afastei totalmente dela. Continuava tocando sem compromisso, em casa, intimamente, entre quatro paredes. Aos poucos, resgatei o prazer verdadeiro na música, o mesmo prazer lúdico de minha infância. É interessante lembrar que isso aconteceu graças à música brasileira, por meio da qual voltei ao piano por um outro viés, que não o do rigor. Pesquisei diversos álbuns de choros, valsas brasileiras, sambas, maxixes. Brinquei com as músicas dos mestres Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Inah Sandoval. Voltei a tocar os eruditos, tais como Camargo Guarnieri, Francisco Mignone, Villa-Lobos, Cláudio Santoro e, por fim, cheguei ao Tom Jobim.

Humildemente posso dizer que as mãos do grande mestre carioca me devolveram definitivamente ao meu verdadeiro rumo: o de músico profissional. Mergulhando na música de Jobim houve plena e imediata identificação com sua poética, com sua estética simples e econômica. Tudo isso não foi à toa, pois os grandes modelos de Tom Jobim também haviam me inspirado durante toda a vida: um rico mix das sonoridades e harmonias dos franceses Ravel, Satie e Debussy com os ritmos e sonoridades dos brasileiros Villa-Lobos e Radamés Gnattali. Foi assim que recuperei meu entusiasmo musical e pude trilhar boa parte das canções jobinianas, explorando o potencial pianístico contido em cada uma delas. Desde então venho estudando a música de Jobim e aprendendo mais e mais com a arte desse ser iluminado, que sintetiza como ninguém, com elegância e simplicidade, o imaginário musical brasileiro.

A partir de 2003, com performances de improvisação livre, passei a conquistar também maior flexibilidade como intérprete e criador musical, libertando-me para além das amarras do rigor das partituras.
Hoje, posso dizer que me sinto cada vez melhor diante do piano, continuando na eterna busca pelo aprimoramento da minha linguagem, que, no meu caso, é consequência de uma história pessoal nada linear. Toco aquilo que sou: do erudito ao popular, do brasileiro ao tradicional, e considero-me sobretudo um inventor. Não me vejo como um pianista essencialmente técnico, mas sim como um inquieto “buscador” de sonoridades. Acredito que fazer música seja, antes de tudo, emocionar-se e emocionar, e é assim que procuro viver sempre o momento presente de cada performance: intensamente.

(Texto publicado no anuário da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, na edição de setembro de 2012)[/][/fusion_builder_row][/fusion_builder_container]

CAFÉ CULTURAL – A música de Tom Jobim por Fábio Caramuru
27 de outubro de 2012, 11h

Programa:

Villa-Lobos
Bachianas Brasileiras nº 4
Prelúdio
Coral
Ária
Dança

Francis Hime

Passaredo

Baden Powell
Consolação

Fábio Caramuru
Moods

Tom Jobim

Dindi
A Correnteza
Two kites
Flor do mato
Amparo
Chovendo na roseira
Choro
Quebra-pedra

Local: Auditório da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP)
Capacidade: 240 pessoas
Endereço: Av. Dr. Cardoso de Melo, 1450 – 1o. andar – cep: 04548-005 – São Paulo – SP
Informações e Inscrições: (11) 2125-3700 ou www.sbpsp.org.br
Valor dos ingressos: R$ 20,00 ( profissionais ) e R$ 15,00 ( estudantes, membros da SBPSP e profissionais da rede pública)

 

Sobre a Sociedade Brasileira de Psicanálise (SBPSP)

A Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo existe desde 24 de novembro de 1927, tendo sido a primeira sociedade psicanalítica da América Latina.  Foi a primeira sociedade brasileira a ser reconhecida pela Associação Psicanalítica Internacional da qual é membro componente, assim como é da Federação Psicanalítica da América Latina e da Federação Brasileira de Psicanálise.

Composta atualmente por 453 membros efetivos e associados da SBPSP e 307 membros filiados ao Instituto Durval Marcondes, a Sociedade de São Paulo busca manter o pluralismo psicanalítico teórico-clínico, a interação de psicanalistas com orientações diversas e também estimular férteis diálogos com outras áreas do conhecimento e da cultura. Mantém um notável fluxo científico e permanente de publicações, como o Jornal de Psicanálise e a Revista ide.

 

O reconhecimento

A SBPSP tem sido reconhecida por sua destacada participação na evolução da Psicanálise latino-americana e internacional, a partir do trabalho pioneiro de Durval Marcondes e Adelheid Koch e da contínua atividade de seus seguidores, até os dias de hoje. Não só ajudou o desenvolvimento de outras sociedades, como passou a ser um criativo pólo irradiador de idéias e de novos centros analíticos. Progressivamente, vários de seus membros tem tido uma importante participação no cenário nacional e internacional da Psicanálise e na vida associativa da ABP, da FEPAL e da IPA.

A IPA, fundada por Freud em março de 1910, durante o Congresso de Nuremberg, tem como objetivo garantir a vigência e o desenvolvimento permanente da Psicanálise como ciência, como tratamento e como profissão. Agrega psicanalistas de 33 países tendo por primeira vez como presidente um brasileiro, empossado em 2005 no Rio de Janeiro, no primeiro Congresso Internacional de Psicanálise realizado no Brasil. O atual presidente é canadense.

A FEBRAPSI – Federação Brasileira de Psicanálise fundada em 6 de maio de 1967 é composta pelas Sociedades, Grupos de Estudos e Núcleos que integram a psicanálise brasileira filiada a IPA, tem como função congregar as organizações componentes promovendo, integrando, difundindo e refletindo a Psicanálise que existe e que é praticada no Brasil. Mantém atividades científicas, administrativas, de relações exteriores, de publicações e de divulgação. Promove em anos alternados o Congresso Brasileiro de Psicanálise e publica a Revista Brasileira de Psicanálise. Patrocina e promove eventos, simpósios e intercâmbio científico em vários estados brasileiros.