Danilo Miranda Sesc Cultura Esporte

No Sesc e fora dele, Danilo Miranda cuidou da alma do Brasil

Ontem, dia 30 de outubro de 2023, ao lado de diversos amigos e amigas, me despedi de Danilo Miranda, o mais importante gestor cultural do país, além de ter sido superintendente do Sesc (Serviço Social do Comércio), por muitos anos.

Lembro uma passagem interessante, durante a inauguração do Sesc Pinheiros, em 2004, o grande ator Paulo Autran disse com todas as letras que o Professor Danilo seria o melhor Ministro da Cultura que o Brasil poderia ter. Disso ninguém duvida. Embora não tenha chegado a ter esse cargo, teve uma participação inegável ajudando a transformar o Sesc nessa importantíssima instituição que é um exemplo para o Brasil e o mundo. O Professor Danilo Miranda, como era carinhosamente chamado, nos presenteou com uma vida repleta de realizações. Um grande abraço, Professor Danilo Miranda. Resta o conforto de saber que você continuará sempre presente, cuidando da alma do Brasil.

Veja abaixo TEDxTombo (2011) com Danilo Miranda:

Veja abaixo duas edições do Roda Vida com Danilo Miranda (2019 e 2006), exibido pela TV Cultura:

 

 

Fábio Caramuru com pouco menos de 3 anos, sua mãe, Neyde Bello Caramuru, e sua vó, Natalina Ghirardello Bello

Quem me conhece na intimidade sabe o quanto a perda precoce da minha mãe afetou a minha vida. Eu tinha pouco menos de 5 anos de idade quando ela partiu, em 1961. Ultimamente, andava sonhando muitas vezes com o apartamento onde morávamos na época, no Jardim Paulista. Todas as minhas memórias mais fortes sempre habitaram aquele espaço. Em sonhos recentes, tenho reencontrado todos os detalhes, a planta dos ambientes, os objetos, as cenas vividas quando eu era criança, ao lado dela e de meu pai.

Fábio Caramuru com pouco menos de 3 anos, sua mãe, Neyde Bello Caramuru, e sua vó, Natalina Ghirardello Bello
Fábio Caramuru com pouco menos de 3 anos, sua mãe, Neyde Bello Carumuru, e sua vó, Natalina Ghirardello Bello

Tomei uma decisão e, finalmente, em setembro, fui ao antigo prédio e consegui visitar o apartamento, que, para minha surpresa, estava vago. Tive muita sorte, pois o zelador estava na entrada e, após uma breve conversa, fui autorizado a entrar. A emoção que senti foi muito intensa. Muitas das cenas de décadas atrás voltaram claras e vivas, com cheiros, sons diversos, e até pude tocar novamente objetos como torneiras, fechaduras, elevadores e portas, que ainda estão exatamente como eram (mal pude acreditar). O impacto dessa visita foi tão grande, que pude ouvir na minha mente até o timbre suave da voz da minha mãe, sentir seu doce perfume e o calor de seus abraços.

Fábio Caramuru com pouco menos de 3 anos, na Av. 9 de Julho, 3476, São Paulo
Fábio Caramuru com pouco menos de 3 anos, na Av. 9 de Julho, 3476, São Paulo
A mesma mureta, embora com grades agora, onde as 2 fotos de julho de 1959 foram tiradas, durante a infância de Fábio Caramuru
A mesma mureta e piso, embora esteja agora com grades, onde as 2 fotos de julho de 1959 foram tiradas, durante a infância de Fábio Caramuru
A vista do apartamento 21, no segundo andar
A vista do apartamento 21, no segundo andar. O prédio todo tem diferentes padrões de pastilhas, nos banheiros, pisos frios e cozinha.
A porta de entrada do prédio, na Av. 9 de julho
A porta de entrada do prédio, na Av. 9 de julho
O dispositivo para chamar o elevador
O dispositivo para chamar o elevador
A porta do apartamento 21, onde morávamos
à esquerda, a porta do apartamento 21, onde morávamos
A sala o piano ficava na parede da esquerda, a mesa de jantar perto da porta de entrada. Tv e vitrola na parede da esquerda.
A sala: o piano ficava na parede da esquerda, a mesa de jantar perto da porta de entrada. TV e vitrola na parede da direita. Ao fundo o corredor para a cozinha, a direita o corredor para os quartos.
Olhando para o lado, a Avenida 9 de julho
Olhando para o lado, a Avenida 9 de julho
As mesmas pastilhas no chão da cozinha
As mesmas pastilhas no chão da cozinha
O meu quarto, com duas janelas, uma para a Avenida 9 de julho, a outra para a Rua Cravinhos
O meu quarto, com duas janelas, uma para a Avenida 9 de julho, a outra para a Rua Cravinhos
A mesma válvula Hydra
A mesma válvula Hydra
As mesmas torneiras, a mesma banheira
As mesmas torneiras, a mesma banheira

Por Fábio Caramuru

Em agosto de 1971, há exatos 50 anos, me inscrevi para o então disputado master class  anual de piano ministrado pela grande pianista Magda Tagliaferro, no MASP. Toquei a Arabeske opus 18, de Schumann. Mal sabia eu que aquele seria o início de uma fortíssima ligação com a grande artista e o seu legado.

A pianista Aída Machado enviou para mim as duas fotos tiradas por sua mãe, no MASP, ao final de uma master class com Magda Tagliaferro. Tenho a viva recordação dos alunos ensaiando para terem seu trabalho avaliado, em um clima de euforia e contentamento. Recordo-me especialmente das belíssimas performances do saudoso José Henrique Cabral Duprat (Sonata op. 10 nº 3 de Beethoven) e da Neide Esperidião (Rondó Capriccioso, de Mendelssohn).

Da esquerda para direita: Jairo Grossi, Neide Esperidião, Vera Abbud, Maria de Fátima E. P. Fontes, Maria Lúcia Miyashiro, Flávio Talasca, …, …, Paulo Gori, …, Magda Tagliaferro, Fábio Caramuru, Vanya Elias-José, José Henrique Cabral Duprat, Marco Antonio Almeida, Aída Machado, Luiz Fernando Garcia, foto de junho de 1972, MASP

Acabei recebendo uma bolsa de estudos da Escola Magda Tagliaferrro, que na época, funcionava em um belo casarão, na Alameda Campinas, em São Paulo. Com a bolsa, pude ter aulas por oito anos, com a querida e saudosa Professora Zulmira Elias-José. Em 1977, conclui o curso de piano e, em 1979, Magda Tagliaferro solicitou para mim, no Consulado da França de São Paulo, uma bolsa do governo francês para especialização em Paris, sob sua direta supervisão. A experiência em Paris foi fascinante, pois, naquele ambiente propício ao cultivo espiritual e artístico, no convívio com a grande mestra por um ano e meio, pude me aprimorar intensamente. Na minha volta ao Brasil, assumi a direção artística da Fundação Magda Tagliaferro, onde coordenei inúmeros projetos artísticos e didáticos, que contribuíram para o surgimento de novas gerações de grandes talentos, tais como Ronaldo Rolim, Fabio Martino, Lucas Thomazinho e muitos mais. E Magda está presente no meu dia-a-dia musical até hoje!

Da esquerda para direita: Maria de Fátima E .P. Fontes, Maria Lúcia Miyashiro, Vanya Elias-José, José Henrique Cabral Duprat, Neide Esperidião, Aída Machado, Paulo Gori, Magda Tagliaferro, …, Flávio Talasca, Vera Abbud, …, …, Fábio Caramuru, Cynthia Priolli, Carlos Roberto Oliveira, … , Luiz Fernando Garcia, Jairo Grossi, foto de junho de 1972, MASP
Mandala Guto Lacaz para ilustrar o texto Memórias da Minha Mãe de Fábio Caramuru

Minhã mãe se foi tão cedo
Eu apenas uma criança
Ficou assim um vazio
Cheio de ausência e saudade
Já adulto, onde quer que eu vá
As memórias viram presença
Fecho os olhos e a reencontro
Em cenas de alento e afeto
Saudade da minha mãe
De tê-la sempre por perto

Minha mãe, Neyde Bello Caramuru (1923-1961) recebendo meu beijo, foto tirada pelo meu pai, com uma máquina Rolleiflex, na Rua Cravinhos, em São Paulo


Cena 1
No apartamento da Avenida Nove de Julho, em São Paulo, estou na cama dos meus pais, no meio dos dois, debaixo do lençol, chutando as cobertas, rindo e fazendo bagunça.
Arte de Guto Lacaz 1, cedida para Memórias da Minha Mãe, de Fábio Caramuru



Cena 2
Na casa da minha tia Olgaides, na Rua Cravinhos, minha mãe separa um ovo para levar ao apartamento. Eu quero pegar o ovo de qualquer jeito, mas ela diz que não. Insisto até conseguir. Assim que pego o ovo, ele escapa e vai ao chão. Ela fica brava e dá um tapa em minha mão.Arte de Guto Lacaz 2, cedida para Memórias da Minha Mãe, de Fábio Caramuru

Cena 3
É época de São João. Estou no Jardim da Infância no Colégio Santa Margarida. Minha mãe vem trazer a roupa de caipira, para a festinha da escola, e me troca em uma salinha (provavelmente em junho de 1961).

Coração, por Guto Lacaz, arte cedida para Memórias da Minha Mãe, de Fábio Caramuru

Cena 4
Estamos eu e meus pais em uma avião Constellation manobrando de noite, no aeroporto. Olho pela janela e vejo aquele monte de luzinhas na pista e fico imaginando como é que o avião passa por cima delas sem quebrá-las… (viagem ao Nordeste, julho de 1959).
City, por Guto Lacaz, arte cedida para Memórias da Minha Mãe, de Fábio Caramuru

Cena 5
Estamos em uma casa na Avenida Nove de julho, sentados em um sofá, minha mãe conversando com uma mulher, há um gato ou gatos por perto. Vejo um detalhe do rabo em um vão do sofá e penso se tratar de um outro ser independente de seu dono. Um rabo com vida própria! 😆
Gato, por Guto Lacaz, arte cedida para Memórias da Minha Mãe, de Fábio Caramuru

Cena 6
Estamos, eu e meus pais, viajando de DKW, um carro vermelho de capota branca – modelo de 1960, em uma estrada (provavelmente para Serra Negra ou Poços de Caldas) e minha mãe canta uma música que faz referência a um gavião. Que música seria essa?
Arte de Guto Lacaz 3, cedida para Memórias da Minha Mãe, de Fábio Caramuru

Cena 7
Estamos andando de mãos dadas na Rua Cravinhos, indo à venda do Seu Valentim, na esquina com a Alameda Casa Branca. Minha mãe compra para mim um chocolate comprido da Nestlé, com sabor de mel.
Rei, por Guto Lacaz, arte cedida para Memórias da Minha Mãe, de Fábio Caramuru

Cena 8
Estou com meus pais no carro DKW, chove muito forte e eu no banco de trás, observando a água sem fim batendo no vidro e me impedindo de ver as coisas do lado de fora (1960).

Barco, por Guto Lacaz, arte cedida para Memórias da Minha Mãe, de Fábio Caramuru

Cena 9
Estou sentado no colo da minha mãe, no banco do nosso piano amarelo Karl Peiter, ela me ensina alguma musiquinha simples, tocada apenas com o dedo indicador.
Arte de Guto Lacaz 4, cedida para Memórias da Minha Mãe, de Fábio Caramuru

Cena 10
Estamos eu, minha prima Joyce e minha mãe dirigindo o DKW na Avenida Nove de Julho, naquele trecho em que ela cruza a Av. São Gabriel na direção sul. Ela entra com o carro na contramão, no ponto em que as pistas se dividem. A prima Joyce fica muito assutada e grita, desesperada, avisando que estamos na contramão (1960).
Arte de Guto Lacaz 5, cedida para Memórias da Minha Mãe, de Fábio Caramuru

Cena 11
Um grande grupo de pessoas da família está na Pizzaria Paulino, na Rua Pamplona. Minha mãe bebe água tônica, peço para provar, acho amargo e faço uma careta!
Elefante, por Guto Lacaz, arte cedida para Memórias da Minha Mãe, de Fábio Caramuru

Cena 12
Estou brincando com uns bonequinhos de plástico, de personagens da Disney, na pia do banheiro. Minha mãe me vigia, enquanto descansa no quarto em frente, no apartamento da Avenida Nove de Julho.
Arte de Guto Lacaz 6, cedida para Memórias da Minha Mãe, de Fábio Caramuru



Anjo, por Guto Lacaz, arte cedida para Memórias da Minha Mãe, de Fábio Caramuru

Pedro Baldanza, adeus, Pedrão

Pedrão se foi…
Vamos que assim voamos! Meu parceiro de duo, por 7 anos, voou definitivamente para brilhar em outro plano. Com muita música e com a certeza de que ele está em paz me despeço de meu amigo:

Nossa parceria musical foi fantástica! Com ele aprendi a flexibilizar o discurso musical a partir dos baixos. Gravamos dois álbuns: ‘Tom Jobim por Fábio Caramuru’ e ‘Bossa in the Shadows’, este último de improvisação livre, além de termos feito um show no Instrumental SESC Brasil.

Fábio Caramuru por Dennis Pal, Canadá, 2019

Recentemente tive a oportunidade de passar uma temporada de duas semanas no Canadá, a convite da amiga Ana Thomas, diretora do Café & Cultura Toronto, para celebrarmos o quinto aniversário dessa importante organização dedicada ao fomento da cultura brasileira no Canadá. Para marcar essa data, realizei uma apresentação no prestigiado Granite Club, de Toronto, ao qual compareceram cerca de 300 pessoas, incluindo canadenses, brasileiros residentes no país e autoridades do corpo consular brasileiro. O concerto ‘EcoMúsica Project | Tribute to Tom Jobim inspired by the sounds of Brazilian Nature’ contou com peças do repertório autoral EcoMúsica, intercaladas com obras de referência de Tom Jobim. Foi bastante gratificante a reação do público, que me cumprimentou com entusiasmo e em seguida compartilhou as sensações que o concerto provocou, quase sempre com termos como paz, tranquilidade, beleza e saudade do Brasil. Detalhe à parte foi o excepcional Grand Piano Fazioli, obtido para o concerto, em parceria com o Pete Martin, da Remenyi House of Music. Foi um imenso prazer tocar num dos melhores instrumentos fabricados no mundo.

Fábio Caramuru, Concerto no Granite Club, por FernandaVicentin

Para divulgar o evento, participei de diversas entrevistas em órgãos de comunicação canadenses, como a Omni TV (Camila Garcia), Camões Radio (Adriana Marques e Adriana Paparella), Radio Canada (Isabelle Fleury) e CHIN Radio Canada (Fatima Martins).

Tive a oportunidade de encontrar alguns brasileiros que se estabeleceram com sucesso em Toronto, como o Rafael Luz, regente da North York Concert Orchestra, o consagrado muralista Christiano de Araujo, o chef Sergio Shidomi, o músico Henrique Matulis, o empresário, Sergio Frias, o professor de marketing Youssef, a osteopata e amiga de longa data Cassia Rocha, o jornalista José Francisco Schuster, entre tantos outros.

Foi bastante interessante também o contato pessoal feito com o diretor artístico do Koerner Hall, Mervon Mehta, que nos convidou para um concerto especial no qual foi anunciada a temporada 2020/2021 daquela importante sala de concertos de Toronto.

Ana Lélia Beltrame, Ana Thomas e amigos por Fernanda Vicentin

Preciso destacar o fundamental apoio recebido do Consulado do Brasil em Toronto. A Cônsul, Ana Lélia Beltrame, apoiou a divulgação do projeto EcoMúsica com muito entusiasmo. Destaco também o empenho do Cônsul, Ademar Seabra da Cruz Junior, em me orientar em diversas atividades, apresentando-me também à Embaixada do Brasil em Ottawa, onde fui muito bem recebido pela Caroline Quintas, representante da Área Cultural.

Grupo de Amigos Granite Club, por Fernanda Vicentin

Na volta de Ottawa para Toronto, tive a oportunidade de passar um fim de semana numa belíssima casa de campo, na beira de um lago, em Calabogie, à convite do casal Lana Novikova e Denis Pal, onde pude comemorar o sucesso do concerto com meu sócio Alexandre Barros, nossa anfitriã Ana Thomas e sua dedicada assistente Suelen Conrado Macena.

Amigos no Cottage por Alexandre Barros

Para selar a temporada, a Cônsul Ana Lélia Beltrame e a Ana Thomas organizaram um brunch com a presença de cerca de 30 pessoas, com diversos amigos e autoridades.

Finalizo esse breve relato, registrando mais uma vez os agradecimentos para as queridas Ana Thomas e Suelen Macena, sem a quais essas experiências incríveis não teriam se tornado realidade. O Canadá é um país espetacular, multicultural por vocação e aberto à multiplicidade de expressões. Foi uma temporada memorável!

Fábio Caramuru, Granite Club, Toronto, Canadá, 2019

Bossa Online Magazine

The symphony of the birds

INTERVIEW WITH FABIO CARAMURU BY MADALENA SOUSA – EDITOR IN CHIEF – BOSSA MAGAZINE
Whether in the forest, the countryside, or even in the midst of the noise of the big city, has always been an inspiration for the work of great masters of music, such as composers Tom Jobim and Chico Buarque, authors of the verses of the Sabiá song. However, the melodies emitted by about 10,000 species, spread throughout planet Earth, has brought contributions, which go far beyond art. The use of bioacoustics is one of them – a tool that has been fundamental for the discovery of the real diversity of birds in the Amazon Forest.

Inspired by the variety of sounds in the forest and passionate about nature, the composer and pianist Fábio Caramuru created the “Ecomúsica Project”, an artistic initiative based on the sounds of nature. “Music is always created from the sound of an animal.” The purpose is to make audio and video recordings and produce live concerts related to nature, bringing together music and the environment.

Fabio Caramuru (1956) studied in Paris in the 1980’s with the legendary pianist Magda Tagliaferro (1893-1986), with a French Government scholarship. He won several awards, and has been playing regularly – solo or with an orchestra – in Brazil, USA, Canada, Asia and Europe. After dedicating himself for several years to a conventional pianistic career, Fabio expanded his area of per-formance in 1997, when he did research and created arrangements and recordings based on the songs of the Brazilian composer Tom Jobim, in order to record a CD and for his masters degree at São Paulo University.

In 2004, Fabio started to develop a differentiated work by releasing ‘Moods Reflections Moods’ and ‘Bossa in the Shadows’. He has also created the duo ‘Brazil on Two Pianos’ alongside the pianist Marco Bernardo, dedicated to the Brazilian repertoire. Highlights of his solo career are concerts at ‘Europalia International Arts Festival’ with the ‘Brussels Philharmonic’, with the ‘Sao Paulo State Symphony Orchestra’ and ‘Jazz Symphony’ in Brazil, as well as shows at locations such as ‘Zinc Bar’, in New York City, the ‘Moods Jazz Club’, in Zurich, and ‘Havana International Jazz Festival’, in Cuba. The project has already presented the albums ‘EcoMusica|Dialogues between a piano and Brazilian fauna’ (2015) and ‘EcoMusica | Aves’ (2018).
The first brings conversations between the piano and 16 species of animals found in Brazil – birds, insects and amphibians. In addition to the sounds, the natural scenes are part of the productions. The second brings pieces interacting with the sounds of 20 different birds found in Japan and it was totally inspired by Fábio Caramuru’s 2017 ‘EcoMusica Japan Tour.’ “My trip to Japan was decisive inspiration”, says Fábio, who organized a special concert to celebrate 110 years of Japanese Immigration in Brazil.

“The album ‘EcoMúsica | Aves’ brings sounds of different species that fly over Japanese territory. Caramuru, creator of the concept, highlights the importance of the sounds of nature for the compositions. “The creations are not merely illustrated by the sounds and images of nature, but rather conceived from these elements, in a process of true interaction and harmony,” says the musician, who believes in the project as a mission. “I believe that this didactic and environmental mission of highlighting the songs of animals is very important. Many are already extinct, usually by the action of man, Among the compositions are the songs “Uirapuru”, a bird known popularly as a musician or mustache, “Canário da terra”, a species admired for the strong chirping song, “Sapo cururu”, an amphibian that emits a serious and repetitive sound , and “Harpia”, music inspired by the strong song of the species, which is in danger of extinction in the Atlantic Forest,” explains the author.

The Cigarra, an insect whose sound can reach 120 decibels, also served as inspiration for one of the album’s songs. According to the composer, using sounds in the works that sometimes bother people is a way to make them admire nature. “I think it works. You put focus, a careful and reverent look at the animal.” he said.

In his new released album, “Dialogues of a piano with Brazilian fauna” proposes a dialogue between the instrument and sounds of birds, insects and an amphibians. Although unusual, this work is not a detour in the life of this artist. He used recorded sounds from the Unicamp University’s Fonoteca Neotropical Jacques Vielliard (FNJV), and is the beginning of a larger project dedicated to uniting music and the environment.

Despite having pursued a traditional career as a classical music performer – and having had the privilege of being one of Magda Tagliaferro last students – Fabio has always demonstrated that his musical interests spanned a broader spectrum, be it as an interpreter / arranger of Tom Jobim’s work, or as improviser / creator in recordings such as Moods Reflections Moods, to cite just two examples. “Although I enjoy this (traditional) repertoire, I have been dedicating myself for the first time to my own language, in tune with a strong desire to create with freedom, to be coherent and sincere musically,” he says.

In the recording “Dialogues of a piano with Brazilian fauna”, Fabio worked with Unicamp’s (University of Campinas) collection of phonograms. The first selection had almost thirty recordings of sounds picked up by experts. There were records of some mammals as well. He ended up opting for the ones that he considered most appro-priate to the concept of the CD: “I wanted to perform a delicate and subtle work in which the recorded sounds had the greatest potential to amalgamate with the piano. I also tried to approach sonorities of familiar animals. With the exception of “Uirapuru”, I have seen and heard personally all the animal “participants” on the CD.” he says.

After listening to the sounds, over the course of about 30 days, Fabio created the structures and motives that somehow made sense to dialogue with each recording. There were many images, memories of situations and places where he could hear them throughout his life.

In his own words, Fabio explains how the sound of a bird can lead him to see the whole universe around him: “For example, when I heard the “Quero-Quero”(Bird), a vast field was drawn in my imagination, with little vegetation. The white Anu sent me to a desolate place, with many clouds. And the cricket and the mysterious “Uirapuru”, presented more nocturnal sounds.”

The idea was to use different composition procedures: imitation (bem-te-vi, sabiá, araponga), integration (cicada), contrast (tuim), accompanied melody (tangará), among others. Note that the structures are simple and repetitive so that the listener can indulge in hearing the different bands as if they were intonation mantras.


To end our interview I asked Fabio what was the idea behind the Eco-Music project.

FC: EcoMúsica is a project that provides audio and video recordings of various themes related to the Brazilian nature. There are a multitude of animals and places that can generate new work. The original idea was to install a piano in wild environments and dialogue with the animals, with the images and sounds characteristic of the landscapes. In April, we released the first video, “Cigarra”, recorded on a farm in the municipality of São Carlos, SP, which already has had 30,700 views on YouTube [fusion_builder_container hundred_percent=”yes” overflow=”visible”][fusion_builder_row][ type=”1_1″ background_position=”left top” background_color=”” border_size=”” border_color=”” border_style=”solid” spacing=”yes” background_image=”” background_repeat=”no-repeat” padding=”” margin_top=”0px” margin_bottom=”0px” class=”” id=”” animation_type=”” animation_speed=”0.3″ animation_direction=”left” hide_on_mobile=”no” center_content=”no” min_height=”none”][click here to see] The basic principle of the project is the strong impulse that I have to create music in tune with what Brazil has that is beautiful, positive and surprising. I respect many musicians who go through conventional careers, interpreting the traditional repertoire. This requires exceptional dedication, many hours of study and living in an environment with considerable comparison and competition. Although I like this repertoire, for some time now. I try whenever possible to carry out projects that reflect my intimate artistic needs at the moment. This was the work with Tom Jobim, Camargo Guarnieri and Inah Sandoval in the 1990s, with the children’s CD Dó Ré Mi Fon Fon (2002), with free improvisation works (Moods Reflections Moods and Bossa in the Shadows) and now with the CD Dialogues of a piano with Brazilian fauna, the first accomplishment of the project EcoMúsica. In parallel, soon, Echo Promociones, a company that produces cultural events that I created in 1988, will hold the “Afro-Brazilian Concerts”, which will highlight the rich production of Afro-Brazilian concert music. With these projects, I always strive to prioritize the national culture. It is also important to mention that the CD is a tribute to my father, Ronald Caramuru, who left us in 2015, author of the illustrations of birds that illustrate the CD “EcoMúsica Conversas de un piano com a fauna brasileira”. (“EcoMúsic / Conversations of a piano with the Brazilian fauna”.

MS: Fábio has performed ‘EcoMúsica Concerts’ in major venues in Brazil, such as ‘Sala São Paulo’ and ‘Auditório Ibirapuera’, interacting with sounds of the animals and the images projected on a large screen. The ‘EcoMúsica Videos’ have been recorded in natural, stimulating locations, taking the piano, and other artists, to amazing places, such as the Iguazu Falls, the mountains of the Rio de Janeiro State and the Brazilian countryside.

‘EcoMúsica Videos’ has already released Cicada (2016), Tico-Tico (with choir, 2017), Bem-te-vi (with choir), Harpy Eagle (with the dancer Ismael Ivo), Macaws (2018) and Hidorigamo (2018).

By Madalena Sousa/Editor In Chief

CD EcoMusica and Tom Jobim Fabio Caramuru

O selo japonês Flau iniciou uma série de lançamentos de gravações do pianista Fábio Caramuru no Japão. Em setembro de 2015, foi lançado o CD EcoMúsica | Conversas de um Piano com a Fauna Brasileira e, em abril de 2017, foi a vez do álbum duplo Tom Jobim by Fábio Caramuru. O músico realizou uma turnê de divulgação dos trabalhos em oito cidades japonesas nos meses de abril e maio. Para o mês de junho de 2017 está previsto o lançamento no Japão do CD Dó Ré Mi Fon Fon, 27 cantigas brasileiras, idealizado em parceria com a artista multimídia Beth Bento. Todos os registros estão também sendo vendidos digitalmente com exclusividade pelo selo Flau na Ásia, Europa e América do Norte.

 

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Fábio Caramuru conferindo seus CDs  EcoMúsica e Tom Jobim, em destaque  na Tower Records / Shinjuku, Tokyo, maio de  2017

 

Agenda da turnê no Japão

Abril 22 | Osaka | Shimanouchi Church
Abril 23 | Toyama | Nowhere
Abril 26 | Himeji | Hummock Cafe
Abril 27 | Okayama | Shiroshita Kokaido
Abril 28 | Fukuoka | Papparayray
Abril 29 | Tokyo | Anyoin Temple
Abril 30 | Oizumi | Bunka-Mura
Maio 2 | Kamakura | Nishimikado Salone[/][/fusion_builder_row][/fusion_builder_container]

Turnê Fábio Caramuru Japão 2017

A convite do selo Flau, Fábio Caramuru apresentou-se em oito cidades do Japão, durante sua primeira turnê pelo país, em concertos dedicados ao Projeto EcoMúsica e ao lançamento de seu CD em homenagem a Tom Jobim.

Abril 22 | Osaka | Shimanouchi Church
Abril 23 | Toyama | Nowhere
Abril 26 | Himeji | Hummock Cafe
Abril 27 | Okayama | Shiroshita Kokaido
Abril 28 | Fukuoka | Papparayray
Abril 29 | Tokyo | Anyoin Temple
Abril 30 | Oizumi | Bunka-Mura
Maio 2 | Kamakura | Nishimikado Salone

 

Fotos realizadas durante a turnê

Abril 22 | Osaka | Shimanouchi Church

Abril 23 | Toyama – Nowhere

Abril 26 | Himeji – Hummock Cafe

Abril 27 | Okayama – Shiroshita Kokaido

Abril 28 | Fukuoka – Papparayray

Abril 29 | Tokyo – Anyoin Temple

Abril 30 | Oizumi – Town Hall

Maio 2 | Kamakura – Nishimikado Salone

Serão dois programas diferentes, um deles dedicado ao seu projeto autoral EcoMúsica e o outro com obras de Tom Jobim.

I EcoMúsica – com projeção de imagens e interação com os sons dos animais – Cigarra, Bem-te-vi, Tico-tico, Sapo cururu , Quero-quero , Grilo, Uirapuru, Tangará, Araponga, Anu branco, Sabiá e duas músicas dedicadas a aves características do Japão, especialmente criadas para a ocasião.

II Tom Jobim | Piano Solo – Valsa sentimental (Imagina), Desafinado, Falando de amor, A correnteza, Marina del Rey, Two kites, Ligia, Flor do mato, Sabiá, Meu amigo Radamés, Água de beber, Passarim, Dindi, Amparo, Choro, Chovendo na roseira, Quebra-pedra

Em setembro de 2016, o CD EcoMúsica | Conversas de um piano com a fauna brasileira foi lançado com bastante sucesso de vendas pelo selo Flau no Japão.

Para os próximos meses serão também relançados, na terra do Sol nascente, o CD Do Ré Mi Fon Fon, 27 Cantigas Brasileiras, que  Fábio Caramuru criou com a artista Beth Bento, além de uma edição especial do CD duplo Tom Jobim por Fábio Caramuru, com novo projeto gráfico.
Caramuru, que foi discípulo da fenomenal pianista franco-brasileira Magda Tagliaferro (1893-1986),  tem conquistado cada vez mais o público japonês. A sutileza de suas sonoridades, qualidade herdada de sua grande mestra, sintoniza-se com a estética minimalista da arte japonesa.

A música de Tom Jobim também está intimamente relacionada à tradição da música francesa do Século XX, de compositores como Erik Satie, Debussy e Ravel. Ele compunha quase sempre ao piano, tendo sua obra recebido uma leitura única e reverente por parte de Caramuru, grande admirador do compositor carioca. Na audição de músicas como sua primeira obra, a Valsa sentimental (1945) e Marina del Rey fica bastante evidente essa forte influência da música francesa na estética de Jobim.

 

Links da turnê

Publicação no UOL

Site do selo Flau

Resonancemusic Osaka 22/4/2017

Himeji 26/4/2017

Okayama 27/4/2017

Fukuoka 28/4/2017

Fukuoka 28/4/2017

 

Camargo Guarnieri e Fábio Caramuru

Neste mês em que o Brasil celebra os 110 anos de nascimento do compositor Camargo Guarnieri (1907-1993), expresso aqui minha reverência a esse ilustre artista que traduziu como ninguém a alma musical paulista. Hoje me dou conta da força de sua influência em minha linguagem pianística.

A foto encontrada aqui foi tirada em novembro de 1977, em Ribeirão Preto, ocasião em que recebi o primeiro prêmio das mãos do próprio Guarnieri, em um Concurso Nacional de Piano dedicado à sua obra, comemorativo dos seus 70 anos.

Ouça aqui o Estudo nº6, gravado em setembro de 1999 no Teatro Cultura Artística, que integra o meu CD Especiarias do Piano Paulista:

      Camargo Guarnieri - Estudo nº 6, por Fábio Caramuru - Camargo Guarnieri - Estudo nº 6, por Fábio Caramuru