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Fábio Caramuru com pouco menos de 3 anos, sua mãe, Neyde Bello Caramuru, e sua vó, Natalina Ghirardello Bello

Quem me conhece na intimidade sabe o quanto a perda precoce da minha mãe afetou a minha vida. Eu tinha pouco menos de 5 anos de idade quando ela partiu, em 1961. Ultimamente, andava sonhando muitas vezes com o apartamento onde morávamos na época, no Jardim Paulista. Todas as minhas memórias mais fortes sempre habitaram aquele espaço. Em sonhos recentes, tenho reencontrado todos os detalhes, a planta dos ambientes, os objetos, as cenas vividas quando eu era criança, ao lado dela e de meu pai.

Fábio Caramuru com pouco menos de 3 anos, sua mãe, Neyde Bello Caramuru, e sua vó, Natalina Ghirardello Bello
Fábio Caramuru com pouco menos de 3 anos, sua mãe, Neyde Bello Carumuru, e sua vó, Natalina Ghirardello Bello

Tomei uma decisão e, finalmente, em setembro, fui ao antigo prédio e consegui visitar o apartamento, que, para minha surpresa, estava vago. Tive muita sorte, pois o zelador estava na entrada e, após uma breve conversa, fui autorizado a entrar. A emoção que senti foi muito intensa. Muitas das cenas de décadas atrás voltaram claras e vivas, com cheiros, sons diversos, e até pude tocar novamente objetos como torneiras, fechaduras, elevadores e portas, que ainda estão exatamente como eram (mal pude acreditar). O impacto dessa visita foi tão grande, que pude ouvir na minha mente até o timbre suave da voz da minha mãe, sentir seu doce perfume e o calor de seus abraços.

Fábio Caramuru com pouco menos de 3 anos, na Av. 9 de Julho, 3476, São Paulo
Fábio Caramuru com pouco menos de 3 anos, na Av. 9 de Julho, 3476, São Paulo
A mesma mureta, embora com grades agora, onde as 2 fotos de julho de 1959 foram tiradas, durante a infância de Fábio Caramuru
A mesma mureta e piso, embora esteja agora com grades, onde as 2 fotos de julho de 1959 foram tiradas, durante a infância de Fábio Caramuru
A vista do apartamento 21, no segundo andar
A vista do apartamento 21, no segundo andar. O prédio todo tem diferentes padrões de pastilhas, nos banheiros, pisos frios e cozinha.
A porta de entrada do prédio, na Av. 9 de julho
A porta de entrada do prédio, na Av. 9 de julho
O dispositivo para chamar o elevador
O dispositivo para chamar o elevador
A porta do apartamento 21, onde morávamos
à esquerda, a porta do apartamento 21, onde morávamos
A sala o piano ficava na parede da esquerda, a mesa de jantar perto da porta de entrada. Tv e vitrola na parede da esquerda.
A sala: o piano ficava na parede da esquerda, a mesa de jantar perto da porta de entrada. TV e vitrola na parede da direita. Ao fundo o corredor para a cozinha, a direita o corredor para os quartos.
Olhando para o lado, a Avenida 9 de julho
Olhando para o lado, a Avenida 9 de julho
As mesmas pastilhas no chão da cozinha
As mesmas pastilhas no chão da cozinha
O meu quarto, com duas janelas, uma para a Avenida 9 de julho, a outra para a Rua Cravinhos
O meu quarto, com duas janelas, uma para a Avenida 9 de julho, a outra para a Rua Cravinhos
A mesma válvula Hydra
A mesma válvula Hydra
As mesmas torneiras, a mesma banheira
As mesmas torneiras, a mesma banheira

      Teresinha-de-Jesus-por-Fabio-Beth-Bento

Terezinha de Jesus, por Fábio Caramuru, com sound design de Beth Bento, gravado em 2002. Parte do CD Do Ré Mi Fon Fon – 27 Cantigas Brasileiras.

Terezinha de Jesus
De uma queda foi ao chão
Acudiram três cavalheiros
Todos de chapéu na mão

O primeiro foi seu pai
O segundo seu irmão
O terceiro foi aquele
A quem Tereza deu a mão

Terezinha levantou-se
Levantou-se lá do chão
E sorrindo disse ao noivo
Eu te dou meu coração

Tanta laranja madura
Tanto limão pelo chão
Tanto sangue derramado
Dentro do meu coração

Da laranja quero um gomo
Do limão quero um pedaço
Da morena mais bonita
Quero um beijo e um abraço

Cantigas para ouvir, cantar e brincar

Agencia Estado, 21 de outubro de 2002

Atirei o Pau no Gato, Sapo Jururu, O Cravo e a Rosa e Terezinha de Jesus são algumas das típicas cantigas brasileiras que encantaram muitas gerações e até hoje fazem parte das rodas e brincadeiras de crianças. Além dessas, outras 23 cantigas estão no novo CD Dó Ré Mi Fon Fon, idealizado e concebido pelo pianista Fábio Caramuru e pela sound designer Beth Bento. Com duração de aproximadamente 30 minutos, o disco traz todas as canções gravadas ao piano e com sons especiais da natureza, para que a garotada possa ouvir, cantar e brincar (como karaokê). Encartado num estojo, o CD é acompanhado de um colorido jogo da memória, com dicas de brincadeiras. “Cada ícone das cartelas faz uma referência à cultura popular, seja nos desenhos ou nos tecidos reproduzidos de fundo, como o xadrez, a renda e o cetim”, conta Beth, que assina a ilustração sonora e de imagens do CD interativo. Segundo Caramuru, o resgate particular das cantigas proporciona uma deliciosa maneira de trabalhar a memória coletiva. “Já o jogo mexe com a memória individual”, observa. Dó Ré Mi Fon Fon é, na verdade, diversão garantida para toda a família.

Fonte: http://cultura.estadao.com.br/noticias/musica,cantigas-para-ouvir-cantar-e-brincar,20021021p4672

Sapo jururu

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      Sapo-jururu-por-Fabio-Caramuru-e-Beth-Bento

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