Posts

Por Fábio Caramuru

Em agosto de 1971, há exatos 50 anos, me inscrevi para o então disputado master class  anual de piano ministrado pela grande pianista Magda Tagliaferro, no MASP. Toquei a Arabeske opus 18, de Schumann. Mal sabia eu que aquele seria o início de uma fortíssima ligação com a grande artista e o seu legado.

A pianista Aída Machado enviou para mim as duas fotos tiradas por sua mãe, no MASP, ao final de uma master class com Magda Tagliaferro. Tenho a viva recordação dos alunos ensaiando para terem seu trabalho avaliado, em um clima de euforia e contentamento. Recordo-me especialmente das belíssimas performances do saudoso José Henrique Cabral Duprat (Sonata op. 10 nº 3 de Beethoven) e da Neide Esperidião (Rondó Capriccioso, de Mendelssohn).

Da esquerda para direita: Jairo Grossi, Neide Esperidião, Vera Abbud, Maria de Fátima E. P. Fontes, Maria Lúcia Miyashiro, Flávio Talasca, …, …, Paulo Gori, …, Magda Tagliaferro, Fábio Caramuru, Vanya Elias-José, José Henrique Cabral Duprat, Marco Antonio Almeida, Aída Machado, Luiz Fernando Garcia, foto de junho de 1972, MASP

Acabei recebendo uma bolsa de estudos da Escola Magda Tagliaferrro, que na época, funcionava em um belo casarão, na Alameda Campinas, em São Paulo. Com a bolsa, pude ter aulas por oito anos, com a querida e saudosa Professora Zulmira Elias-José. Em 1977, conclui o curso de piano e, em 1979, Magda Tagliaferro solicitou para mim, no Consulado da França de São Paulo, uma bolsa do governo francês para especialização em Paris, sob sua direta supervisão. A experiência em Paris foi fascinante, pois, naquele ambiente propício ao cultivo espiritual e artístico, no convívio com a grande mestra por um ano e meio, pude me aprimorar intensamente. Na minha volta ao Brasil, assumi a direção artística da Fundação Magda Tagliaferro, onde coordenei inúmeros projetos artísticos e didáticos, que contribuíram para o surgimento de novas gerações de grandes talentos, tais como Ronaldo Rolim, Fabio Martino, Lucas Thomazinho e muitos mais. E Magda está presente no meu dia-a-dia musical até hoje!

Da esquerda para direita: Maria de Fátima E .P. Fontes, Maria Lúcia Miyashiro, Vanya Elias-José, José Henrique Cabral Duprat, Neide Esperidião, Aída Machado, Paulo Gori, Magda Tagliaferro, …, Flávio Talasca, Vera Abbud, …, …, Fábio Caramuru, Cynthia Priolli, Carlos Roberto Oliveira, … , Luiz Fernando Garcia, Jairo Grossi, foto de junho de 1972, MASP

Lançamento do projeto EcoMúsica | Memorial da América Latina

Fábio Caramuru realiza o lançamento do Projeto EcoMúsica,  tocando arranjos originais no piano que pertenceu a Magda Tagliaferro.

O Projeto EcoMúsica consiste em uma série de filmes artísticos e apresentações temáticas norteadas pela interação entre música, sons e imagens da natureza brasileira. A iniciativa será desenvolvida em diversas etapas, ao longo dos próximos anos, apresentando-se como um projeto cultural fortemente atrelado aos ecossistemas brasileiros.

 

Os dois primeiros temas a serem realizados em 2013 serão o EcoMúsica Aves Brasileiras e o EcoMúsica Mata Atlântica.

Patrocínio | Sertrading

O projeto EcoMúsica, concebido e protagonizado pelo pianista Fábio Caramuru, consiste em uma série de filmes artísticos e apresentações temáticas norteadas pela interação entre música, sons e imagens da natureza brasileira. O projeto tem o apoio oficial do Ministério do Meio Ambiente e será desenvolvido em diversas etapas, ao longo dos próximos anos, apresentando-se como uma iniciativa cultural fortemente atrelada à revelação dos aspectos dos ecossistemas brasileiros. Os dois primeiros temas a serem realizados são EcoMúsica Natureza Brasileira (Ecossistemas) e EcoMúsica Mata Atlântica.

“Existe algo mais gratificante e recompensador para um artista do que reunir suas grandes paixões em um único projeto? Esse é meu estado de espírito ao estar completamente envolvido com o projeto de toda uma vida: o EcoMúsica. O projeto nasceu quando estive pela primeira vez na fazenda Sant’Anna de Monte Alegre, na cidade de São Carlos, coração do estado de São Paulo, convidado pelos proprietários da fazenda para fazer um concerto, juntamente com o contrabaixista Pedro Baldanza. A região é muito característica, pois ainda guarda fortes traços dos áureos tempos das fazendas de café. Com diversas edificações do século XIX, criteriosamente restauradas, a fazenda exibe um dos mais belos projetos de paisagismo que conheço, preservando árvores frondosas centenárias, pomares de jabuticabeiras, pitangueiras, mangueiras e outras tantas frutas, extensos e repousantes gramados, fontes, cursos d’água, instigantes paginações de pisos externos e, como se não bastasse, ainda abriga um posto de recuperação de aves silvestres, monitorado pelo IBAMA. Inúmeras espécies de aves, tais como araras, papagaios, tucanos, corujas, entre outras – após serem tratadas em viveiros – são devolvidas à natureza, mas, como o lugar é realmente paradisíaco, muitas delas continuam circulando pela região, surpreendendo as pessoas que visitam a fazenda. Ali, é muito comum ser presenteado com a inesperada aparição de uma arara azul no banco em que você está sentado, apreciando a paisagem. Ainda mais agradável é ouvir a algazarra multi sonora daquele bando de aves circulando livres e tão próximas, íntimas como se fossem amigas de longa data. Voltando para o motivo da minha visita à fazenda, nossa apresentação foi realizada em uma sala de concertos especial, uma antiga tulha restaurada, muito bem equipada com um piano de cauda e uma vista de tirar o fôlego. Como músicos brasileiros e improvisadores que somos, logo imaginamos como seria a experiência de realizar um trabalho artístico interagindo com tudo aquilo. Vislumbramos temas inéditos que poderiam surgir mesclados àquela exuberância de sonoridades das aves e da natureza, bem como a beleza das locações. Imaginei levar um piano para interagir com todos aqueles sons e paisagens, realizando um registro cinematográfico inédito. Assim nasceu um projeto artístico a ser desenvolvido a longo prazo e em diversas edições, focalizando diferentes temas e ecossistemas brasileiros.

[fusion_builder_container hundred_percent=”yes” overflow=”visible”][fusion_builder_row][ type=”1_1″ background_position=”left top” background_color=”” border_size=”” border_color=”” border_style=”solid” spacing=”yes” background_image=”” background_repeat=”no-repeat” padding=”” margin_top=”0px” margin_bottom=”0px” class=”” id=”” animation_type=”” animation_speed=”0.3″ animation_direction=”left” hide_on_mobile=”no” center_content=”no” min_height=”none”]

 

Recital com pianista Fábio Caramuru | 6 de fevereiro de 2013 | às 21h


Fábio Caramuru | Piano Solo
Tom Jobim, Villa-Lobos, Baden Powell, Piazzolla

CLUB RESERVA
Jan Breydelstraat 32
BE 9000 Gent

Information:
infoclubreserva.be
tel.: +32 (0) 487 88 03 88

Program (main):
wasoclubreserva.be
tel.: +32 (0) 486 28 80 51

 

Sobre Gent *

Capital da província de Flandres Oriental, Gent nasceu de um assentamento celta na confluência dos rios Lys e Scheldt, na Idade Média. Chegou a ser uma das cidades mais ricas e prósperas do norte da Europa. Hoje é a terceira maior cidade da Bélgica e tem pouco mais de 200 mil habitantes. Não é uma cidade muito grande, mas seu esplendor arquitetônico se mantém tão bem preservado que é considerada a “pérola de Flandres”. Além disso, animação não falta por ali. Gent se orgulha de ser uma cidade universitária, cheia de jovens, alegre, movimentada por festivais de música e cinema.

É verdade que ela é bem menos visitada do que a vizinha famosa Bruges, mas nem por isso menos charmosa. Repleta de canais espelhados e antigas edificações, seu astral conquista de cara aqueles que por ali se aventuram.

Fonte: http://www.viajarpelomundo.com/2011/03/gent-perola-de-flandres.html

[/][/fusion_builder_row][/fusion_builder_container]