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Dança negra, cultura africana
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A Cayumba, Gravação realizada em novembro de 1998, no Teatro Cultura Artística, em São Paulo, em piano Steinway, modelo D/Concerto.

Antônio Carlos Gomes (Campinas, 11 de julho de 1836 – Belém, 16 de setembro de 1896) foi o mais importante compositor de ópera brasileiro. Destacou-se pelo estilo romântico, com o qual obteve carreira de destaque na Europa. Foi o primeiro compositor brasileiro a ter suas obras apresentadas no Teatro alla Scala, de Milão. Autor da ópera O Guarani,foi o patrono da cadeira de número 15 da Academia Brasileira de Música.

Carlos Gomes faz jus também ao nosso reconhecimento pelo seu grande espírito de brasilidade, que sempre conservou, mesmo no estrangeiro. Quando da estreia O Guarani, em Milão, o famoso tenor italiano Villani, escolhido para o papel de Peri, criou um problema: ele usava barbas, e recusava-se a raspá-las. Carlos Gomes protestou: “Onde se vira índio brasileiro barbado?” mas, afinal, tudo se acomodou. O tenor era um dos grandes artistas da época e não podia ser dispensado. Assim, acabou cantando, após disfarçar a barba, com pomadas e outros ingredientes. A procura de instrumentos indígenas foi outro tormento para o maestro. Em certos trechos de música nativa, eram necessários borés, tembis, maracás ou inúbias. Andou por toda a Itália, mas não os encontrou, e foi preciso mandar fazê-los, sob sua direção, numa afamada fábrica de órgãos, em Bérgamo.

Na Itália, Carlos Gomes casou-se com Adelina Péri, que devotou toda sua vida ao maestro. Desse consórcio, nasceram cinco filhos, muito amados pelo compositor. Todavia, um a um foram morrendo em tenra idade, tendo restado somente Ítala Gomes Vaz de Carvalho, que escreveu um livro, em que honrou a memória do seu glorioso pai. Na península, Carlos Gomes escreveu, a seguir, Fosca, considerada por ele sua melhor obra, Salvador Rosa e Maria Tudor.