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Sesc Serviço Social do Comércio

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Fábio Caramuru Sesc São Carlos

Fábio Caramuru no Sesc São Carlos

Tom Jobim 90 | Fábio Caramuru, piano

 

Neste programa, dividido em três blocos sem intervalo, o pianista Fábio Caramuru tece um panorama representativo da música de Tom Jobim (1927-1994), em arranjos próprios para piano. Cada bloco é apresentado como se fosse uma suíte, precedida de aberturas, com obras do francês Claude Debussy (1862/1918) e do brasileiro Heitor Villa-lobos (1887-1959), compositores que influenciaram fortemente a linguagem de Jobim. A apresentação faz parte de uma série de concertos realizada em 2017 sob curadoria de Camila Fresca.

Fábio Caramuru vem se dedicando à pesquisa e interpretação da obra de Tom Jobim há duas décadas. O compositor carioca foi o tema de seu mestrado na Escola de Comunicações e Artes da USP, bem como do CD duplo Tom Jobim | piano por Fábio Caramuru e de inúmeras apresentações que o pianista vem realizando como solista e com orquestras, em diversas cidades brasileiras e do exterior.

O programa oferece uma ampla amostra da diversidade de gêneros e estilos da obra do compositor carioca, tais como Valsa (Valsa romântica, primeira obra de Jobim, com forte influência da música francesa), Bossa nova (Desafinado), Samba-canção (Falando de amor), Canção (Amparo, Lígia, Dindi) Toada (Sabiá, A correnteza), Choro (Flor do mato, Choro, Meu amigo Radamés), Afro-samba (Água de beber) e Baião (Quebra-pedra).

Programa

I

Debussy | Sarabande (Suite pour le piano)

Tom Jobim | Valsa romântica (Imagina) / Desafinado / Falando de amor / A correnteza / Marina del Rey / Two kites

II

Villa-Lobos | Coral das Bachianas Brasileiras nº 4

Tom Jobim | Ligia / Flor do mato / Sabiá / Meu amigo Radamés / Água de beber / Passarim

III

Villa-LobosDança das Bachianas Brasileiras nº 4

Tom Jobim | Dindi / Amparo / Choro / Chovendo na roseira / Quebra-pedra[/][/fusion_builder_row][/fusion_builder_container]

      Teresinha-de-Jesus-por-Fabio-Beth-Bento

Terezinha de Jesus, por Fábio Caramuru, com sound design de Beth Bento, gravado em 2002. Parte do CD Do Ré Mi Fon Fon – 27 Cantigas Brasileiras.

Terezinha de Jesus
De uma queda foi ao chão
Acudiram três cavalheiros
Todos de chapéu na mão

O primeiro foi seu pai
O segundo seu irmão
O terceiro foi aquele
A quem Tereza deu a mão

Terezinha levantou-se
Levantou-se lá do chão
E sorrindo disse ao noivo
Eu te dou meu coração

Tanta laranja madura
Tanto limão pelo chão
Tanto sangue derramado
Dentro do meu coração

Da laranja quero um gomo
Do limão quero um pedaço
Da morena mais bonita
Quero um beijo e um abraço

Cantigas para ouvir, cantar e brincar

Agencia Estado, 21 de outubro de 2002

Atirei o Pau no Gato, Sapo Jururu, O Cravo e a Rosa e Terezinha de Jesus são algumas das típicas cantigas brasileiras que encantaram muitas gerações e até hoje fazem parte das rodas e brincadeiras de crianças. Além dessas, outras 23 cantigas estão no novo CD Dó Ré Mi Fon Fon, idealizado e concebido pelo pianista Fábio Caramuru e pela sound designer Beth Bento. Com duração de aproximadamente 30 minutos, o disco traz todas as canções gravadas ao piano e com sons especiais da natureza, para que a garotada possa ouvir, cantar e brincar (como karaokê). Encartado num estojo, o CD é acompanhado de um colorido jogo da memória, com dicas de brincadeiras. “Cada ícone das cartelas faz uma referência à cultura popular, seja nos desenhos ou nos tecidos reproduzidos de fundo, como o xadrez, a renda e o cetim”, conta Beth, que assina a ilustração sonora e de imagens do CD interativo. Segundo Caramuru, o resgate particular das cantigas proporciona uma deliciosa maneira de trabalhar a memória coletiva. “Já o jogo mexe com a memória individual”, observa. Dó Ré Mi Fon Fon é, na verdade, diversão garantida para toda a família.

Fonte: http://cultura.estadao.com.br/noticias/musica,cantigas-para-ouvir-cantar-e-brincar,20021021p4672

      Camargo Guarnieri - Estudo nº 6, por Fábio Caramuru - Camargo Guarnieri - Estudo nº 6, por Fábio Caramuru

Estudo nº 6, de Camargo Guarnieri, interpretado por Fábio Caramuru, gravado em 1999, em São Paulo, no Teatro Cultura Artística, em piano Steinway, modelo D/Concerto. Parte do CD Especiarias do piano paulista – 25 obras de Inah Sandoval e Camargo Guarnieri.

Sobre Camargo Guarnieri

(…)

A vida musical de Camargo Guarnieri é diversificada, ele desempenha tripla função em sua carreira profissional: de compositor, professor e regente. Como compositor representa a concretização musical do nacionalismo modernista. Suas relações com as ideias modernistas, e particularmente com Mário de Andrade, têm características muito especiais. Mário de Andrade e Lamberto Baldi tornam-se os responsáveis pela sua formação: Baldi desenvolve os aspectos técnicos enquanto Mário de Andrade o orienta em estética e cultura geral. Inicia-se outro período na vida de Camargo Guarnieri, que tem, na época, somente os dois primeiros anos da escola primária concluídos, na cidade de Tietê. Nesse sentido é possível compreender seu eterno reconhecimento por esses dois homens, aos quais atribui toda a sua educação.

Uma das primeiras coisas que Baldi faz é colocá-lo na orquestra. Estuda o dia todo, toca na orquestra e à noite após o jantar tem aula com o professor e outros sete alunos. A experiência como músico na orquestra é fundamental para o seu desenvolvimento, pois, além de regente, Baldi é um inovador que apresenta pela primeira vez vários trabalhos contemporâneos nos teatros brasileiros. Muitas peças do compositor russo Igor Stravinsky (1882 – 1971), por exemplo, têm as primeiras audições latino-americanas sob sua regência, em São Paulo. Essa experiência possibilita que escreva as primeiras composições para orquestra, começando pela Suíte Infantil, em 1929.

O nacionalismo de Camargo Guarnieri não consiste em citar melodias folclóricas nem empregar elementos folclóricos não modificados. Em toda a sua obra existem poucos exemplos de utilização direta desses temas, entre eles estão as Variações sobre um Tema Nordestino (1953), para piano e orquestra, e a melodia que faz parte do quinto movimento da Suíte Vila Rica para Orquestra (1958). Quer ser reconhecido como compositor nacional e não como compositor folclórico, mas acredita que a música brasileira nacionalista pressupõe a inspiração no material folclórico.

Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural

      Amparo, de Tom Jobim, por Fábio Caramuru - Fábio Caramuru

 

Amparo, de Tom Jobim, interpretado por Fábio Caramuru, parte do CD Piano – Tom Jobim por Fábio Caramuru.

Amparo / Olha, Maria (Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Chico Buarque)

Olha, Maria
Eu bem te queria
Fazer uma presa
Da minha poesia
Mas hoje, Maria
Pra minha surpresa
Pra minha tristeza
Precisas partir

Parte, Maria
Que estás tão bonita
Que estás tão aflita
Pra me abandonar
Sinto, Maria
Que estás de visita
Teu corpo se agita
Querendo dançar

Parte, Maria
Que estás toda nua
Que a lua te chama
Que estás tão mulher
Arde, Maria
Na chama da lua
Maria cigana
Maria maré

Parte cantando
Maria fugindo
Contra a ventania
Brincando, dormingo
Num colo de serra
Num campo vazio
Num leito de rio
Nos braços do mar

Vai alegria
Que a vida, Maria
Não passa de um dia
Não vou te prender
Corre, Maria
Que a vida não espera
É uma primavera
Não podes perder

Anda, Maria
Pois eu só teria
A minha agonia
Pra te oferecer
Anda, Maria
Pois eu só teria
A minha agonia
Pra te oferecer

Sobre Tom Jobim

Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim – ou Tom Jobim -, compositor, cantor, violonista e pianista, um dos maiores expoentes da música brasileira, foi também um dos principais responsáveis pela internacionalização da bossa nova, estilo e movimento musical com influências jazzísticas, iniciado por volta de 1958 no Rio de Janeiro, que introduziu invenções melódicas e harmônicas no samba.

Considerado um dos grandes compositores de música popular do século 20, as raízes de Tom Jobim encontram-se no jazz, em Gerry Mulligan, Chet Baker, Barney Kessel e outros músicos da década de 1950. Ao mesmo tempo, Jobim sofreu influências da música erudita, principalmente do compositor francês Claude Debussy, e dos ritmos do samba.

A certa maneira simples e melódica de tocar o piano, Jobim acrescentava sempre um toque de invenção, uma sonoridade inesperada, enquanto sua voz, ligeiramente rouca, salientava os aspectos emocionais das letras.

Depois de ter pensado em seguir a carreira de arquiteto, Jobim acabou se dedicando exclusivamente à música: aos vinte anos já se destacava em casas noturnas e estúdios de gravação. Se primeiro disco foi gravado em 1954, mas o sucesso veio em 1956, quando, junto com o poeta Vinicius de Moraes, elaborou a música da peça teatral “Orfeu da Conceição” (no cinema, “Orfeu negro”).

A bossa nova surgiria efetivamente em 1958, quando Jobim produz o disco “Chega de saudade”, no qual João Gilberto toca e canta músicas do próprio Jobim.

Fonte: http://educacao.uol.com.br/biografias/tom-jobim.htm

Reflections I de Fábio Caramuru: ANÁLISE COMPOSICIONAL E PROCESSOS CRIATIVOS DO COMPOSITOR-INTÉRPRETE

Mauricio Vieira Netto [fusion_builder_container hundred_percent=”yes” overflow=”visible”][fusion_builder_row][ type=”1_1″ background_position=”left top” background_color=”” border_size=”” border_color=”” border_style=”solid” spacing=”yes” background_image=”” background_repeat=”no-repeat” padding=”” margin_top=”0px” margin_bottom=”0px” class=”” id=”” animation_type=”” animation_speed=”0.3″ animation_direction=”left” hide_on_mobile=”no” center_content=”no” min_height=”none”][1]

Jailton Paulo de Jesus Santana [2]

RESUMO: Este artigo propõe um estudo sobre os processos criativos do compositor – intérprete tendo como base a peça Reflections I composta através de improvisação por Fábio Caramuru em 2003 durante a gravação do CD Moods Reflections Moods. Estabelece-se a metodologia em duas etapas: uma análise livre a fim de apresentar a movimentação dos sons na peça e uma entrevista com o compositor – intérprete, buscando saber sua trajetória e como se deu o processo de fazer criações próprias. Foi realizada uma revisão de literatura sobre Processos Criativos, alguns dados sobre a metodologia da pesquisa e foram apresentados os dados sobre a entrevista.

Palavras-chave: Processo Criativo, Análise, Fábio Caramuru, Reflections I, Composição.

 

ABSTRACT: This article proposes a study of the creative processes of the composer – performer based on the Reflections I piece composed through improvisation by Fabio Caramuru in 2003 during the recording of the CD Moods Reflections Moods. Establishes the methodology in two stages: a free analysis to show the movement of sounds in the piece and an interview with the composer – performer, seeking to know its history and how the process of making their own creations. A literature review on Creative Processes, methodology of the research and the interview results were presented.

Keywords: Creative Process, Analysis, Fabio Caramuru Reflections I, Composition.

 

1. INTRODUÇÃO

Buscando uma análise de uma peça contemporânea para piano foi escolhido o compositor Fábio Caramuru e sua peça Reflections I para o presente trabalho. O interesse partiu de um primeiro momento através de algumas peças de Tom Jobim arranjadas pelo compositor em seu CD Piano – Tom Jobim por Fábio Caramuru.

No primeiro contato com o compositor Fábio Caramuru, foi sugerido por ele mesmo a peça Reflections I para o objeto de estudo desta pesquisa. A princípio foram coletados materiais do compositor, assim como o seu próprio site, o CD Moods Reflections Moods e uma entrevista dada por ele a um programa de televisão exibido no Net Canal no dia 29 de março de 2014 apresentado por Berenice Belatto. Através destes, sua biografia e dados de como começou o processo de criações próprias foram coletados.

Em se tratando da análise da peça, foram analisados: a movimentação dos sons e a sonoridade que resultam na impressão de “improviso” ou “reflexão”.

Foi realizada uma entrevista buscando saber sua trajetória, como se deu o processo de fazer criações próprias tendo como referência a análise da peça Reflections I e também, apresentar a análise para o compositor fazer sua avaliação.

Este artigo apresenta uma revisão de literatura sobre Processos Criativos, alguns dados sobre a metodologia da entrevista e finalmente apresenta os dados da entrevista.

 

2. BIOGRAFIA DO COMPOSITOR FÁBIO CARAMURU

Fábio Caramuru nasceu em São Paulo no dia 14 de setembro de 1956 [3]. Foi o último aluno brasileiro de Magda Tagliaferro, em Paris, na década de 1980. Ganhou inúmeros prêmios no Brasil destacando-se o “Grande Prêmio da Crítica” da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), em 1991. Estreou com a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo em 1977, aos 20 anos. Apresenta-se regularmente no Brasil, Estados Unidos e Europa, em recitais solo e também com orquestra.  É mestre em musicologia pela ECA-SP. Em 2007, participou de diversos eventos comemorativos aos 80 anos do nascimento de Tom Jobim, como solista da Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo.

Além de pianista e compositor, Caramuru é sócio da empresa Echo Promoções Artísticas. Como curador e produtor musical tem coordenado projetos em instituições como a Fundação Magda Tagliaferro, o Espaço Cultural Correios, a Orquestra Sinfônica da USP, o Centro Cultural Banco do Brasil.

Na música erudita, destacam-se o CD Especiarias do Piano Paulista, com obras de Inah Sandoval e Camargo Guarnieri; uma participação na gravação da obra “Das Lied Von der Ede” de Gustav Mahler, em versão camerística de Arnold Schoenberg; e a interpretação do ciclo “Dichterliebe” opus 48 de Schumann, com o tenor Fernando Portari.

Em entrevista dada a Berenice Bellato no dia 29 de março de 2014 pela Net Canal [4], Fábio relatou sobre sua volta da França em 1982. Em 1983, sentiu-se limitado à partitura, rompendo então com a música por um período; começou a trabalhar com arquitetura e produção musical, abrindo assim sua própria empresa. Produzindo outros músicos, Fábio voltou a tocar, mas não da mesma forma. Segundo relatou na entrevista, sentiu a necessidade de tocar de uma maneira mais livre, na qual ele pudesse desenvolver um jeito próprio. Então, através de partituras de Tom Jobim, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, choros e valsas, Fábio passou a improvisar através destas, recriando o gosto pela música, de uma maneira descontraída e mais livre. Após dez anos, em 1993, tocou o Concerto para Piano e Orquestra de Poulenc com a OSESP, se sentindo com mais coragem, e se identificando com a música novamente.

Em 2004, Caramuru lança seu primeiro CD autoral com o título de Moods Reflections Moods, [5] marcando o início do aprofundamento pessoal do pianista, voltando-se para um trabalho de livre improvisação, lançando-o como compositor. A gravação foi feita em uma única sessão, na qual uma de suas faixas é sua composição intitulada Reflections I [6].

 

3. METODOLOGIA

Com a finalidade de obter informações para responder ao problema desta pesquisa foi feita uma entrevista semi – estruturada com o compositor Fábio Caramuru.

Segundo Moroz, “A entrevista tem a vantagem de envolver uma relação pessoal entre pesquisador/sujeito, o que facilita um maior esclarecimento de pontos nebulosos” (MOROZ, 2006, p.79).  Desta forma, sendo o compositor e sua peça os objetos de estudo deste artigo, buscamos informações diretamente com este. Goldenberg diz que “A entrevista ou questionário são instrumentos para conseguir respostas que o pesquisador não conseguiria com outros instrumentos” (GOLDENBERG, 1997, p.90).

A entrevista foi dividida em quatro temas: Processo Criativo, a peça Reflections I, Figura do compositor – intérprete e Análise.

Em se tratando de processos criativos buscamos saber como se originou as próprias criações, como foi o processo de criar Reflections I, quais as influências e como se deu o processo do compositor após essa composição. Sobre a peça em específico, procuramos saber do compositor qual o motivo da sugestão da peça Reflections I, como surgiu o título da peça e o que esta significa para o compositor. Inserindo a figura do compositor – intérprete buscou-se saber como foi para o compositor interpretar sua própria peça pela primeira vez após a composição, e também, se ouviu outras pessoas interpretando esta peça. A respeito de análise da peça, a entrevista teve o foco nos materiais que o compositor utilizou para criar a sonoridade de improviso ou reflexão na peça em estudo.

Além da entrevista foi feita uma análise da peça Reflections I com foco principal na sonoridade e na movimentação dos sons na peça. Foram analisados: tonalidade, sonoridades harmônicas, textura para entender quais os processos e materiais utilizados por Fábio Caramuru ao compor esta peça que nos dá a impressão de um improviso e reflexões em sua construção.

 

4. O PROCESSO CRIATIVO

Fábio Caramuru relata em seu CD Moods Reflections Moods que ficou afastado do piano por 10 anos. Isto se deu desde o início porque sua relação com o texto musical escrito e as exigências da música de concerto se tornaram angustiantes para ele. Estudando o repertório clássico passou a se sentir um pouco sem função, repetindo as mesmas obras que muitos pianistas faziam, e assim, começou a se questionar de qual seria a sua contribuição musical desta maneira. Ele buscava uma forma de se sentir mais inteiro.

Nachmanovitch diz que os músicos de formação clássica quando descobrem que podem tocar sem o uso de partitura é como se desfizessem de muletas. Segundo ele “o que aprendemos com a nossa renovada capacidade de improvisação é que depender da criatividade dos outros pode nos enfraquecer” (NACHMANOVITCH, 1993, p. 55).

Então, sentiu-se motivado a retomar com a música de uma maneira gratificante, fazendo arranjos para músicas de Tom Jobim e Inah Machado Sandoval. Também se aprofundou na obra de Camargo Guarnieri, criou arranjos com caráter infantil para uma série de cantigas brasileiras e descobriu a sonoridade pianística do americano Richard Rodgers.

Caramuru diz que “Moods Reflections Moods é uma experiência de ruptura, de liberação radical do texto musical, de um plano pré-estabelecido” (CARAMURU, 2003).

Neste artigo tomamos como base uma de suas peças do CD Moods Reflections Moods, gravado em 22 de dezembro de 2003 no Espaço Promon em São Paulo – SP. Foi uma sessão de duas horas de gravação na qual, Fábio selecionou os takes que integram o CD. Uma dessas faixas é a peça em questão Reflections I, que mais tarde foi transcrita pelo pianista e arranjador Marco Bernardo.

Dois meses antes da gravação do CD, Fábio relata que todos os dias seu principal exercício no piano era trabalhar com determinadas estruturas de maneira livre. Através de melodias que tinha interiormente fazia improvisos, um dia mais agitado criando melodia do allegro para o presto, em outro dia mais calmo, se concentrava mais na sonoridade em andamento mais lento. Essa prática musical durante esses meses antes da gravação fez com que o compositor desenvolvesse essas estruturas, motivos e fraseados. E assim diz que “Curtia fazer isso em casa, antes de iniciar minha prática diária, para me instalar no piano” (CARAMURU, 2014).

Nachmanovitch diz que “algumas improvisações são apresentadas no momento em que nascem, inteiras e de repente; outras são “improvisações estudadas”, revisadas e reestruturadas durante certo tempo” (NACHMANOVITCH, 1993, p. 19).

Este CD se divide em três partes, Moods, Reflections e Moods. No momento da gravação, Fábio quis fazer um primeiro momento mais explosivo, segundo ele, em seguida descansar e fazer algo mais contido, curtindo a sonoridade, e depois voltar com as criações explosivas e agitadas novamente. Desta parte central surgiu Reflections I, que segundo o compositor, foram momentos de reflexão. Os temas foram surgindo no momento, diz Fábio, não foi planejado, mas aconteceu a partir de uma prática que o fez ter um campo para improvisar.

Segundo Caramuru “Este CD é o resultado de uma sessão de improvisação, na qual a música fluiu conforme os humores e reflexões do momento” (CARAMURU 2003).

Caramuru diz que Reflections I, reflete exatamente este estado de espírito. Reconhece na peça a influência da sonoridade da música francesa, como Maurice Ravel e Claude Debussy. Assim também como musicais americanos e a música de Richard Rodgers. Diz Caramuru que “é uma mistura de linguagem de musical americano com compositores franceses” (CARAMURU, 2014).

O compositor também relata que:

As idéias se organizam a partir do momento em que o intérprete improvisador opta por determinada estrutura ou motivo inicial na execução e deixa-se levar pela interação com os harmônicos do instrumento. Existe uma opção deliberada inicialmente, se não, seria algo caótico, sem organização e sem sentido (CARAMURU, 2014).

O processo criativo para Salles, é um processo que através de características que alguém lhe oferece, surge algo que não existia antes. No movimento criativo “um artefato artístico surge ao longo de um processo complexo de apropriações, transformações e ajustes” (SALLES, 1998, p.13).

Em se tratando de motivação criadora, Fayga coloca o termo “antecipação mental”, como sendo um ato intuitivo construído ao longo do tempo, de vivências e experiências, que no ato da criação surge tanto consciente como inconscientemente. E assim, segundo Fayga:

Daí podemos falar de uma ‘intencionalidade’ da ação humana. Mais do que um simples ato proposital, o ato intencional pressupõe existir uma mobilização interior, não necessariamente consciente, que é orientada para determinada finalidade antes mesmo de existir a situação concreta para a qual foi solicitada. É uma mobilização latente seletiva (Ostrower, 1987, p. 10).

O próprio intérprete – compositor Fábio Caramuru nos diz algo a respeito, quando se refere à escolha de uma determinada estrutura para que a criação não seja algo sem organização.

Fábio relatou em entrevista que antes de compor algo novo, usando de improvisação, procura “brincar” um pouco com a tonalidade, sentindo os harmônicos do instrumento no grave médio e agudo. Segundo ele, no momento que toca é como se fosse uma síntese de tudo que viveu. Fábio diz que “tudo aquilo que é formação da gente, infância, adolescência, estudos, dúvidas, crises, desemboca no momento atual que eu estou e transparece no que estou fazendo” (CARAMURU, 2014).

Para Fayga, a memória é um elemento central no processo de criação. A autora diz que é possível interligar o ontem com o amanhã. E assim coloca que “as intenções se estruturam junto com a memória. São importantes para o criar” (Ostrower, 1987, p. 18).

Em outras palavras, no processo criativo do compositor Fábio Caramuru percebe-se uma interação do momento atual que ele se encontra com várias situações já vividas anteriormente e que reflete no momento da criação. E também de uma interação com o instrumento buscando a sonoridade para aquele instante de acordo como ele mesmo se sente.

A prática diária de várias estruturas e sonoridades o fazem improvisar e criar melodias de acordo com o local e como ele está consigo mesmo.

 

5. ANÁLISE REFLECTIONS I

A peça Reflections I é a que mais trouxe ao compositor uma satisfação como resultado final, e segundo ele é estruturalmente mais equilibrada.

Como mencionado anteriormente, esta peça faz parte do segundo momento de criação do compositor na gravação de Moods Reflections Moods, na qual passa a ter seus momentos de reflexão de maneira mais contida.

Optou-se em fazer uma análise livre, com base na sonoridade que nos dá a impressão de improviso e reflexões.

O ponto central desta peça, segundo o compositor é o caminho do baixo que faz o suporte para a melodia. Fábio diz que “O baixo era tudo. Eu me sustentava no baixo para a melodia ir surgindo” (CARAMURU, 2014).

Foram observados quatro eixos principais nos baixos: mi, lá, dó e fá.

Compasso 1:                                                                  Compasso 11:

Compasso 30:                                                                  Compasso 37:

Um das características que reforça a ideia do improviso é a distribuição do suporte feito pelo baixo aparecer de maneira irregular durante a peça. O baixo é mantido enquanto a mão direita trabalha com melodias diferentes. A relação dos baixos em terças é uma relação modal, e assim não reforça um centro tonal.

Alguns motivos principais foram destacados:

Compasso 1:                                                  Compasso 11:

 

Compasso 17:                                            Compassos: 27 – 28

 

Os vários motivos funcionam como sonoridades diferentes, pois não se desenvolvem de maneira tradicional.

Outra característica é o recurso de omitir a IV ou a VI do Modo.

 

Dó Jônico ou Lídio (compasso 5):                   Mi Eólio ou Dórico (compasso 12):

Em Dó existe a omissão de fá ou fá sustenido, em Mi omite dó ou dó sustenido. Percebe-se assim uma possível ambiguidade e o trabalho do cromatismo na peça. Com essa ambiguidade dos modos percebe-se uma estratégia de improviso.

A peça tem início com o baixo mi, grave e uma ponte usando um acorde diminuto nos compassos 23 e 24 faz a transição para uma nova sessão com o baixo em uma oitava acima retornando com mi no baixo.

 

O Ostinato da mão esquerda vai até o dó central (compasso 45), e partir de então, aos poucos retorna ao grave, sempre com base nos baixos de sustentação.

Compasso 45:

 

O uso das quartas como no compasso 62: si-mi e mi-lá.

 

O uso da escala pentatônica com a omissão de algumas notas, assim como no compasso 65:

Harmonia quartal, compasso 69:

dó – fá# – si – mi – lá – ré

O uso dos Cromatismos:

Exemplo: si natural – si bemol:

 

RÉ# – MI – FÁ – FÁ# – SOL:

Conclui-se que algumas estratégias são utilizadas na peça, assim como os centros dos baixos por terças, o jogo modal, a omissão de algumas notas que são feitas em relação ao centro, trechos por quarta ou pentatônica fazendo pequenos contrastes.

Sendo assim, a peça sempre tem algo em transformação, não existe uma ideia fixa, não se sabe a direção do som em relação ao pensamento do compositor, tornando-se imprevisível. Essa imprevisibilidade nos dá a escuta de ser um improviso e a sensação de vários pensamentos de reflexão.

 

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao finalizar este trabalho, ressaltamos alguns aspectos fundamentais no processo criativo do compositor Fábio Caramuru. Com uma formação erudita desde o início, o compositor sentiu a necessidade de fazer uma música que acontecesse no momento e não algo que já estava escrito por outro.  O processo de rompimento com a música por um período o encorajou a compor, iniciando um novo trabalho.

Este processo de composição que deu origem à peça em estudo deste artigo foi um resultado de uma prática diária do compositor durante meses, antes da gravação do CD.

Percebe-se a interação do compositor com o momento, o local, e como ele mesmo se sente no instante de compor através da improvisação. As influências são aspectos essenciais percebidos nessa composição, assim como o próprio compositor relatou na entrevista, sua composição teve influências de Ravel, Debussy e Richard Rogers, que foram as obras que ouvia e trabalhava na época. E também segundo ele, tudo desemboca no momento de uma criação, desde a infância até o momento atual, estudos e até mesmo algumas crises.

E para encerrar este artigo, nada melhor do que as próprias palavras do compositor sobre sua relação com a música atualmente: “O meu prazer na música é esse, criar”. (CARAMURU, 2014).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BELLATO, Berenice.  Berenice e Você. Net São Paulo, canal 2, 20 mar. 2014. Entrevista com Fábio Caramuru. Disponível em < http://www.youtube.com/watch?v=wFqn-1Gamq4> Acesso em: 10 jun. 2014.

CARAMURU, Fábio. Reflections IPeça. Disponível em <http://www.youtube.com/watch?v=oXgzZ-J_7C8> Acesso em: 10 jun. 2014.

CARAMURU, Fábio. In Wikipedia: a enciclopédia livre. Disponível em < http://pt.wikipedia.org/wiki/Fabio_caramuru>. Acesso em: 10 jun. 2014.

CARAMURU, Fábio. Disponível em: <https://fabiocaramuru.com.br/>. Acesso em: 10 jun. 14

Encarte do CD Moods Reflections Moods – Gravado em 22 de dezembro no Espaço Promon, São Paulo – SP

GOLDENBERG, Miriam. A arte de pesquisar – como fazer pesquisa qualitativa em Ciência Sociais. Rio de Janeiro/São Paulo: Editora Record, 1997.

MOROZ, Melania. O processo de pesquisa: iniciação/Melania Moroz e Mônica Helena Tieppo Alves Gianfaldoni. – Brasília: Liber Livro Editora, 2ª edição, 2006.

NACHMANOVITCH, Stephen. Ser Criativo – O poder da improvisação na vida e na arte; [tradução de Eliane Rocha]. – São Paulo: Summus, 5ª Edição, 1993.

Ostrower, Faiga, Criatividade e Processos de Criação, 20ª. Edição, 1987, Petrópolis, Editora Vozes.

SALLES, Cecília A. Gesto inacabado: processo de criação artística. São Paulo: Annablume, 1998.

 


[1] Discente do Curso de Pós-Graduação Em Música – Performance – Piano.

[2] Docente orientador do Curso de Pós-Graduação Em Música – Performance – Piano.

[3] www.fabiocaramuru.com.br. Disponível em: < https://fabiocaramuru.com.br/>. Acesso em: 10 jun. 14

[4] www.youtube.com.br, Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=wFqn-1Gamq4. Acesso em: 10 jun. 14

[5] Gravado em 22 de dezembro no Espaço Promon, São Paulo – SP

[6] www.youtube.com.br, Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=oXgzZ-J_7C8. Acesso em: 10 jun. 14

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Pianista Boris Giltburg realiza turnê pelo Brasil

Virá ao Brasil o excepcional pianista israelense Boris Giltburg, grande vencedor do disputado Concurso Rainha Elisabeth da Bélgica de 2013. Seu pianismo impecável e sua sensibilidade apurada lembram muito a genialidade artística de Vladimir Horowitz.

Calendário de apresentações

1 de junho, às 17 h – Rio de Janeiro – Recital na Cidade Das Artes
3 de junho, às 20h30 – Belo Horizonte – Concerto com Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
7 de junho, às 20h – São Paulo – Recital no Centro de Cultura Judaica
8 de junho, às 16h – Curitiba – Recital na Capela Santa Maria
10 de junho, às 20h – Brasília – Concerto com a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional

Programa dos recitais:

Beethoven – Sonata Patética (somente para o recital na cidade do Rio de Janeiro)
Rachmaninov – Momentos Musicais nº 1,2,3,4
Schumann – Fantasiestuecke op.12
Prokofiev – Sonata nº 7

Programa dos concertos com orquestra:

Concerto nº 1 de Rachmaninov, com a Filarmônica de Minas Gerais
Concerto nº 3 de Prokofiev, com a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional

Produção: Echo Promoções Artísticas

O pianista israelense Boris Giltburg, 30, foi o vencedor do Concurso Rainha Elisabeth 2013, realizado em Bruxelas, na Bélgica. O júri, presidido por Arie van Lisbeth, destacou que Giltburg demonstrou perfeita habilidade técnica, criatividade e emoção.
Seis pianistas de diferentes países atingiram a fase final da competição, considerada uma das mais importantes e prestigiadas do mundo. O Concurso Rainha Elisabeth, que comemora seu 75º aniversário, é realizado anualmente e a cada ano premia artistas de uma entre quatro áreas diferentes no campo da música clássica: violino, piano, composição e canto. O vencedor recebe um prêmio no valor de € 25.000.
Ao longo dos anos, Giltburg se apresentou como solista em várias orquestras em Israel e no exterior, além de tocar regularmente com a Orquestra da Câmara de Israel. Suas performances como solista com a Orquestra Filarmônica de Israel abriu as portas para sua carreira internacional. Também já se apresentou com a Orquestra Filarmônica de Londres, a Orquestra Nacional do Capitólio de Toulouse, a Royal Flemish Philharmonic, a Orquestra Sinfônica da BBC, a Orquestra Filarmônica de Hong Kong, a Orquestra Sinfônica de Praga, entre outras.

AOLMP Radio Online Facebok

The radio stream link is: https://www.facebook.com/AOLMPRADIO/app_208195102528120

The official chat link for the show is: http://www.facebook.com/groups/219626174749810/

You can also chat on the day of the event on the Facebook event page which can be found at:
https://www.facebook.com/events/444751555549407

The radio show is hosted by MDESTINY from Artist Online Music Promotions in collaboration with Stargate Productions.

The participants are:
Maria Del Mar Cabazuelo – Spain/Italy
Janni Littlepage, USA
Laura Casale, USA
Luigi Saracino – Italy
Mark Barnes – USA
Gabriel Vivas – USA
Frantz Eddy Daniel Jr. (F.E.D) – USA/Haiti
Naki Ataman – Turkey
SungBong Choi – Korea
Antonio Simone – Italy
John Sokoloff – USA/Russia
Don Dinesh Subasinghe – Sri Lanka
Cosimo Antitomaso – Italy
Fabio Caramuru, Brazil
Benedikt Brydern, USA

Fábio Caramuru toca no ACM in Concert

O pianista Fábio Caramuru se apresenta no projeto ACM in Concert.

No programa, obras de Tom Jobim, Villa-Lobos, Francis Hime, Baden Powell e do próprio Fábio Caramuru.

Grátis
27 de maio de 2012 | 16h
ACM | Consolação
Rua Nestor Pestana, 147 | São Paulo | SP
Informações por telefone | 11 3138 3000

Memorial da América Latina, Magda Tagliaferro, Fábio Caramuru

A partir do mês de maio, a Fundação Magda Tagliaferro inaugura seu novo espaço musical na Sala dos Espelhos do Memorial da América Latina. O acordo firmado com a Fundação Memorial da América Latina prevê, além da realização de uma série de eventos, a cessão de um espaço para exposição permanente de parte do acervo da Fundação Magda Tagliaferro.
Para a abertura do espaço, que acontece no domingo, dia 27 de maio, das 16 às 20 horas, com entrada franca, será realizada uma Maratona Musical em homenagem à Magda Tagliaferro, para a qual foram convidados inúmeros ex-alunos e alguns herdeiros diretos da arte pianística de Magda Tagliaferro (1893-1986). Músicos como Flavio Varani, Gilberto Tinetti,
Fábio Caramuru, Eduardo Monteiro, Ronaldo Rolim, Eudóxia de Barros, Lucas Thomazinho, Marco Bernardo, Lilu Aguiar, Flávio Androni, Antonio Carlos Vinha, Sônia Muniz, Eliana Caldas, Aída Machado, Valdelice de Carvalho, Fernando Tomimura, Ilza Antunes, entre outros, se apresentarão ininterruptamente, tocando um repertório bastante variado, rendendo homenagem àquela que foi uma das maiores pianistas brasileiras de todos os tempos.
Maratona Musical em homenagem à Magda Tagliaferro
Sala dos Espelhos – Memorial da América Latina
Capacidade: 100 lugares
Endereço: Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664
Informações: Fundação Magda Tagliaferro – fund.tagliaferro@uol.com.br

Matéria publicada na Folha de S. Paulo:

Folha de S. Paulo 26 de maio de 2012
Maratona inaugura espaço Tagliaferro

Fundação criada pela professora fluminense para formar músicos ganha novo lar no Memorial da América Latina

Lista de apresentações inclui a do jovem Lucas Thomazinho e as dos já consagrados Eduardo Monteiro e Flávio Varani
IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Vai ter do adolescente Lucas Thomazinho ao octogenário Gilberto Tinetti, passando pelos consagrados Eduardo Monteiro e Flávio Varani e por Amilton Godoy, do Zimbo Trio, entre outros.

Com entrada franca, uma maratona pianística de quatro horas de duração inaugura, amanhã, o espaço da Fundação Magda Tagliaferro, no Memorial da América Latina, em São Paulo.

Até o fechamento desta edição, o pianista Fábio Caramuru, diretor artístico dos projetos da fundação, e que amanhã toca obras de Villa-Lobos, Piazzolla e Tom Jobim, ainda não tinha a lista completa de músicos fechada: “a cada hora liga mais um querendo participar”, festeja.

Fluminense, Tagliaferro (1893-1986) não apenas foi uma das maiores pianistas brasileiras do século 20, como desenvolveu importantes atividades pedagógicas em Paris, Rio e São Paulo.

Criou em 1940 a Escola Magda Tagliaferro e, em 1969, a fundação que leva o seu nome, responsável pela formação de vários artistas brasileiros do teclado durante as últimas décadas.

Depois de anos alojada em uma casa no bairro do Campo Belo, a fundação agora vai ocupar um espaço no Salão dos Espelhos do Memorial.

“Nossa ideia é deixar disponível boa parte do acervo de Tagliaferro para a consulta do público em displays, com fotos, partituras, cartazes, programas de concertos etc.”, conta Fábio Caramuru, último aluno brasileiro de Tagliaferro em Paris.

Para o segundo semestre, a ideia é ocupar o espaço com uma série de concertos aos finais de semana.

“Entramos com um projeto no Proac (Programa de Ação Cultural, da Secretaria de Estado da Cultura) para fazer apresentações aos sábados e domingos, a partir de agosto, e que não vão contemplar exclusivamente o piano”, resume Caramuru.

MARATONA MUSICAL MAGDA TAGLIAFERRO
QUANDO amanhã, a partir das 16h
ONDE Memorial da América Latina (av. Auro Soares de Moura Andrade, 664; tel: 0/xx/11/3823-4600)
QUANTO grátis

Fábio Caramuru em São Carlos, EcoMúsica

Em breve, Fábio Caramuru estará à frente do projeto EcoMúsica, uma iniciativa artística criativa e pioneira que apoiará a cultura brasileira, atrelando cultura ao conceito de desenvolvimento sustentável.

O projeto conta com a chancela oficial do Ministério do Meio Ambiente.