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Fabio Caramuru - Instrumental SESC Brasil - Concerto EcoMúsica | Instrumental SESC Brasil | 27 de junho de 2023 às 19h

Instrumental Sesc Brasil
Concerto EcoMúsica | 27 de junho de 2023 às 19h
Sesc Consolação
R. Dr. Vila Nova, 245 – Vila Buarque, São Paulo – SP
Ingressos gratuitos – Transmissão ao vivo pelo youtube

Link para assistir ao vivo: https://www.youtube.com/live/LEHqiAvwVzI?feature=share

Música e sons produzidos por diversos animais estão intimamente relacionados nessa apresentação, que reúne obras concebidas entre 2015 e 2023 pelo pianista e compositor Fábio Caramuru.

O músico interpreta músicas dos álbuns EcoMúsica – Conversas de um piano com a fauna brasileira (2015) e EcoMúsica – Aves (2018), além de novos trabalhos lançados como singles.

 

Sobre o projeto EcoMúsica

EcoMúsica é compor e interpretar tendo como ponto de partida os sons coletados na natureza, que integram a obra e caracterizam a sua essência, sendo, portanto, indissociáveis da composição. A criação musical acontece em total simbiose com esses sons ou também com sons associados a imagens.

Diferentemente dos procedimentos com os quais a audiência já está familiarizada em casos similares, nos quais os sons gravados inspiram, ambientam ou ilustram uma música, na ecomúsica as amostras de sons da natureza fundamentalmente representam o princípio gerador da obra. Nos concertos, os sons dos animais são manipulados por um designer sonoro e estabelece-se um roteiro estrutural que se aproxima bastante das gravações originais. Dessa forma é criado, a priori, o design sonoro que será conduzido no palco em tempo real: as entradas e saídas dos sons dos animais, a dinâmica e sincronia com as imagens projetadas (em concertos com projeção).

Fábio Caramuru foi o último aluno brasileiro de Magda Tagliaferro, em Paris, com bolsa do governo francês, na década de 1980. Estreou como solista da OSESP, em 1977, tocando o Concerto para piano e instrumentos de sopro de Stravinsky, até então inédito no Brasil. Ganhou diversos prêmios no Brasil, destacando-se o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte, em 1991. Apresenta-se regularmente no Brasil, Estados Unidos, Ásia e Europa, em recitais solo e com orquestra. É mestre pela ECA-USP.

Em 2007, participou de diversos eventos comemorativos em razão dos 80 Anos do nascimento de Tom Jobim, tendo sido solista da Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo – OSUSP, na Sala São Paulo, e da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo, no Theatro São Pedro.

Como curador e produtor cultural vem organizando projetos em instituições como Fundação Magda Tagliaferro, Espaço Cultural Correios, Orquestra Sinfônica da USP, Caixa Cultural, Centro Cultural Banco do Brasil, Teatro Amazonas, Jardim Botânico do Rio de Janeiro etc. Em unidades do CCBB, realizou os projetos “Divas” (2006), “Líricas & Populares” (2007) “Pocket Trilhas” (2008), e, em unidades da Caixa Cultural, os projetos “Concertos Magda Tagliaferro” (2011), “Nas trilhas da Atlântida” (2013), “Tom Jobim, 20 anos de saudade” (2014), “Virtuoses do piano brasileiro” (2015), “Concertos Afro-Brasileiros”, em parceria com a Professora Ligia F. Ferreira (2016) e “Tom Jobim Instrumental” (2019). Em 2022/2023, dirigiu e participou o projeto “Vozes da Natureza” no Brasil e em Portugal, com a participação da Amazonas Filarmônica, Coral do Amazonas, com as participações das cantoras Vânia Bastos e Paula Morelenbaum, do violoncelista Jaques Morelenbaum, além dos violonistas Lula Galvão e Ronaldo Rayol.

No primeiro trimestre de 2023, realizou residência artística em Portugal, com prêmio concedido pela Câmara Municipal de Funchal destinado à pesquisa e criação de um novo álbum EcoMúsica dedicado à Ilha da Madeira.

 

Roteiro musical (Concerto com 60 minutos de duração, sem intervalo):

 

Primeira parte | Território japonês

Komadori, Zuakaaobato, Hidorigamo, Ikaru, Aobato, Kohakuchou, Chuushakushigi, Hototogisu

 

Segunda parte | Território brasileiro

Cigarra, Bem-te-vi, Araras, Sapo-cururu, Quero-quero, Tangará, Uirapuru, Harpia e Sabiá, saudade do Brasil

 

 

Os pianistas Fábio Caramuru e Marco Bernardo interpretam Meu amigo Radamés

Gravação realizada no Teatro Anchieta, do Sesc Consolação, em 13 de outubro de 2014.

Sobre Jobim e Radamés até a construção de Brasília

(…)

Outro músico que desconhecia as fronteiras entre o erudito e o popular, e que teve profunda influência na obra de Tom Jobim, foi Radamés Gnattali. Os dois trabalharam juntos na gravadora Continental, onde Tom ingressou em 1952. Radamés era já um compositor e arranjador consagrado, e foi praticamente um pai musical para Tom, incentivando-o e dando preciosas dicas de composição e orquestração.

Por sugestão de Radamés, Tom compôs Lenda, uma obra para piano e orquestra sinfônica, que mescla o caráter impressionista típico de Debussy com o romantismo lírico de Rachmaninov. Quando completou 28 anos, Tom recebeu de Radamés um importante convite: reger Lenda no programa Quando os maestros se encontram, da Rádio Nacional, com Radamés ao piano.

A orquestra da Rádio Nacional era formada por músicos do mais alto calibre, muitos dos quais tocavam também na Orquestra Sinfônica Brasileira e na Orquestra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Não foi uma experiência fácil para Tom, que não estava acostumado a reger, mas Radamés, sentado ao piano, ajudou o inexperiente maestro dando entradas para os músicos da orquestra. Percebemos a importância que este evento teve na vida musical de Tom Jobim pela frase que ele disse naquela noite aos seus parentes e amigos, que saíram para celebrar com ele após o concerto: “Agora posso morrer. Qualquer lotação pode passar por cima de mim.”

A próxima obra sinfônica de Tom Jobim teve envergadura ainda maior: Sinfonia da Alvorada, para vozes e orquestra, em cinco movimentos, sobre textos de Vinicius de Moraes. A obra foi encomendada em 1958 por Juscelino Kubitschek, para ser apresentada na inauguração de Brasília em 1960. Tom trabalhou nela na mesma época do lançamento de Chega de Saudade e outras canções que assegurariam o sucesso da Bossa Nova. Tal qual as sinfonias e poemas sinfônicos de meados do século dezenove — como nas obras de Berlioz, Liszt e, posteriormente, Richard Strauss — Tom concebeu Sinfonia da Alvorada como uma obra programática. O primeiro movimento descreve em música a paisagem do Planalto Central; a chegada dos pioneiros e a construção da capital são abordados do segundo ao quarto movimentos; a quinta e última parte consiste em um coral comemorativo da conclusão dos trabalhos de construção.

Fonte: http://www.danielwolff.com.br/arquivos/File/Jobim.htm