CD Bossa in the Shadows – Duo Caramuru-Baldanza (Labor Records 2007)

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Bossa in the Sgadows - Labor Records USA (2007)

Bossa in the Shadows – CD do Duo Caramuru – Baldanza, lançado em 2007 em Nova York pelo selo Labor Records.

Gravado pelo pianista Fábio Caramuru e pelo contrabaixista Pedro Baldanza, o CD Bossa in the Shadows contém 18 faixas autorais com títulos sugestivos como “For Inezita” (música dedicada à Inezita Barroso), “Take the Z train”, “Deconstructed Guarnieri” (dedicada ao compositor Camargo Guarnieri), Heart, Tango and Waltz. O encarte do CD traz um elogioso texto de apresentação do compositor e crítico norte-americano Eric Salzman.

SITE LABOR RECORDS

How does a pair of contemporary Brazilian musicians manage to be traditionalists and innovators at the same time? How does the same pair manage to incorporate the strands of popular and classical Brazilian music and rhythm into a single unified style? The dynamic new Labor Records album, Bossa in the Shadows from Säo Paolo, Brazil, shows pianist and composer Fábio Caramuru and bassist/composer/arranger Pedro Baldanza working across a huge and vibrant musical spectrum that runs from Afro-Samba to updated Bossa Nova, to Duke Ellington, to Villa-Lobos to “dancing the Baiäo to the great Brazilian master Tom Jobim to their own original conceptions. The music has all the ingredients of great American jazz, traditional and advanced, but, at the same time, it is infused with ideas rooted somewhere else resulting in its originality and lack of cliches.

Links sobre o CD:
www.cdbaby.com/cd/duocaramurubaldanza

http://zookeeper.stanford.edu/index.php?session=&action=viewRecentReview&tag=860936

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20071211/not_imp93779,0.php

http://www.emusic.com/album/Duo-Caramuru-Baldanza-Bossa-In-The-Shadows-MP3-Download/11124056.html

http://www.cabaretexchange.com/index.php?option=com_content&task=view&id=262&Itemid=137

http://www.laborrecords.com/new.html

http://www.ejazznews.com/modules.php?op=modload&name=News&file=article&sid=8952&mode=thread&order=0&thold=0

http://portal.rpc.com.br/jl/colunas/conteudo.phtml?tl=1&id=734879&tit=Bossa-in-the-shadows

Imprensa escrita

Jornal de Londrina – 4 de fevereiro de 2008
Ranulfo Pedreiro

O nome do CD do duo Caramuru/Baldanza não podia ser mais fiel: Bossa in the shadows foi lançado no ano passado e faz um passeio por caminhos menos elementares da música instrumental, chegando a ambientes pouco ensolarados com inventividade.

A começar pela formação: piano e contrabaixo transitam pelos mesmos registros e, se o diálogo for pouco inspirado, pode cair na redundância. Não é o caso, Fábio Caramuru e Pedro Baldanza se conectam com facilidade, hora intensificando o ritmo com recursos percussivos, hora articulando um contraponto para enriquecer melodias.

Em 2008 comemoram-se os 50 anos da bossa nova, mas Bossa in the shadows não se encaixa no gênero, embora transpareça em determinados momentos como influência, especialmente Tom Jobim. E não é a única: o piano de Caramuru vai de Ernesto Nazareth a Villa-Lobos, de Bill Evans a Magda Tagliaferro, de quem foi aluno.

Miles Davis adorava o silêncio “explosivo” do piano de Evans. Fábio Caramuru desenvolveu algo similar, ressaltando o silêncio na interpretação.

Camargo Guarnieri, Baden Powell, Inezita Barroso, Duke Ellington e Joaquin Rodrigo ganham citações diretas. Jazz, baião, MPB, música erudita, música contemporânea, samba e choro se fundem em composições e improvisos que podem tanto carregar no lirismo – Ballad é bela e profunda – quando ultrapassar as fronteiras do tonalismo – Guarnieri Deconstructed, inspirado no Estudo de Camargo Guarnieri, surpreende nos intervalos e faz referência ao período em que o autor compôs obras atonais e seriais.

Não há fronteiras na música feita pelo duo, e isso quer dizer que as referências são evocadas dentro de uma linguagem particular, com uma complexidade que vai além da mera colagem ou simples citação. Caramuru e Baldanza são calejados, conhecem muito e têm grandes qualidades técnicas, mas nem por isso o disco cai no virtuosismo. A liberdade obtida pelo domínio dos instrumentos e o amplo espectro de gêneros brinda o ouvinte com um trabalho coeso e prazeroso.

Bossa in the shadows é bom de ouvir, mas não é easy-listening. O repertório está sempre cutucando o ouvinte, chamando a atenção, despertando com soluções criativas e livres dos clichês da música instrumental brasileira. Um achado.

O disco saiu pela Labor Records nos Estados Unidos e o encarte traz um texto elogioso de Eric Salzman, compositor, produtor e crítico com passagens pelo The New York Times e Stereo Review.

O Estado de S. Paulo – 11 de dezembro de 2007
Poética entre o clássico e o popular

O pianista Fábio Caramuru e o violonista Pedro Baldanza lançam Bossa in the Shadows, que dialoga com um rico universo

João Luiz Sampaio

Paulistano, Fábio Caramuru se iniciou na música pelo piano, estudou todo o repertório, do tradicional ao contemporâneo, se aperfeiçoou com Magda Tagliaferro. Já Pedro Baldanza aprendeu a tocar violão, guitarra e baixo “na marra”, ainda no interior do Rio Grande do Sul, começando cedo uma carreira que anos depois o levaria a se apresentar ao lado de Gal Costa, Elis Regina, Ney Matogrosso. Talvez por tudo isso soe estranho à primeira vista que os dois tenham se reunido, levando a amizade à colaboração nos palcos, desenvolvendo um trabalho interessante, que resulta agora no CD Bossa in the Shadows (selo Labors).

É o próprio Caramuru que, conversando com o Estado, ressalta a diferença na formação dos dois. E, se ele faz isso, é porque de certa forma é essa diferença – ou a busca pelo diálogo e a aproximação – que está no cerne do disco, que traz composições criadas da colaboração dos dois músicos e que conversam com um rico universo, de Duke Ellington a Inezita Barroso, passando por Villa-Lobos, Thelonious Monk ou Camargo Guarnieri. “Quando nos conhecemos, houve uma empatia imediata. O mundo musical de Baldanza me atraiu muito e vice-versa. Ele estabelece uma rica condução, um terreno fértil para que eu possa me libertar do rigor da música erudita. Do meu lado, posso ampliar suas referências a partir de minha formação erudita. Nessa dinâmica, há uma rica troca de signos entre esses dois mundos musicais tão distintos. O resultado é que conseguimos prescindir de clichês. Arrisco-me a dizer, até mesmo, que o nosso procedimento composicional se aproxima muito mais do rock progressivo que do jazz, que é normalmente atrelado a padrões mais previsíveis e decifráveis”, diz Caramuru.

É possível articular diferentes leituras a partir do trabalho do duo Caramuru/Baldanza. A mais evidente talvez seja aquela que insere o disco em uma linhagem antiga, bastante característica da música brasileira, que é a interseção constante e espontânea entre o clássico e popular. Villa-Lobos, Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Guarnieri, Tom Jobim são apenas alguns dos nomes que transitaram entre esses dois mundos – e, não por acaso, Bossa in the Shadows ecoa muito do trabalho deles, dando uma unidade às faixas. “Acho sim que há um elemento que unifica o disco. Trata-se da nossa poética, representada pelo livre exercício da imaginação musical. Se analisarmos mais objetivamente, acredito que um dos aspectos mais marcantes seja a presença da politonalidade. Eu diria ainda que nosso tecido musical se fundamenta quase sempre em estruturas de contraponto, forte influência de Guarnieri. Exploramos muito também os silêncios, o que torna nossa música assimétrica e a faz respirar. Como pianista, sou particularmente fascinado pelos baixos. Isso pode ser facilmente percebido em muitas das faixas do CD. Em alguns momentos, praticamente não se distingue o piano do baixo de Baldanza, pois eles se fundem completamente. Uma particularidade do Pedro é a sua capacidade de reproduzir inúmeros timbres, do mais delicado ao percussivo, sendo que esse fator é decisivo para a riqueza de nosso timbre. Acho importante também mencionar que ensaiamos semanalmente, fazendo questão de não nos atrelar a um roteiro preestabelecido. Nessas ocasiões, e também nos concertos ao vivo e nas gravações, procuramos fazer com que a música brote diretamente de nossa percepção conjunta do momento que estamos vivenciando, buscando sempre um canal direto com o momento presente”, diz Caramuru.

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