Jovens Talentos da Fundação Magda Tagliaferro é o tradicional programa de bolsas de estudos, instituído em 2004 pela Fundação Magda Tagliaferro, criada em 1969 pela pianista franco-brasileira Magda Tagliferro. O programa oferece bolsas de estudos nas mais variadas modalidades musicais, proporcionando aos seus beneficiados uma formação musical abrangente que estimula o aprimoramento de seus talentos naturais. Os beneficiados têm a oportunidade de realizar uma série de apresentações públicas nos mais variados locais e são preparados para integrar o mercado de trabalho, no contexto de uma dinâmica de grande efeito multiplicador nos âmbitos cultural e social.

Pianista Magda Tagliaferro

Os resultados do projeto Jovens Talentos da Fundação Magda Tagliaferro se fazem sentir pelo desenvolvimento e interesse dos bolsistas em seu aprimoramento musical mediante aulas e master classes realizadas desde o início do projeto, em 2009.

Em 2010, o projeto foi ampliado com a parceria renovada pelo Banco Itaú BBA e da BD, que possibilitou a formação de novas classes e um maior numero de bolsas. Graças ao seu foco social, o projeto vem realizando um trabalho de grande alcance, educando e profissionalizando estudantes que almejam seguir carreira musical. As aulas particulares intensivas proporcionam aos bolsistas o aprimoramento necessário para um progresso maduro e eficiente.

Destaques do projeto

O projeto já consagrou internacionalmente dois pianistas:
Fábio Martino, vencedor de inúmeros concursos no Brasil, atualmente cursando mestrado na Escola Superior de Música de Karlsruhe, Alemanha. Ganhou o disputado primeiro prêmio do Concurso Internacional de Piano Guiomar Novaes – BNDES, realizado em outubro de 2010, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Ronaldo Rolim, após obter 15 grandes premiações no Brasil, reside há três anos nos Estados Unidos, onde completa seu mestrado na Peabody Conservatory, em Philadelphia, realizando importante carreira em território americano.

Graças ao projeto, o bolsista de piano e regência Flavio Lago participou com grande sucesso do Festival de Inverno de Londrina. Os bolsistas de contrabaixo, Rafael Figueiredo, Luiz Eduardo Ferreira e Alex Dias foram selecionados como bolsistas do Festival de Inverno de Campos do Jordão, bem como os bolsistas da classe de violão, Diogo Oliveira, Aulus Rodrigues e Andre Vicente de Souza.

O jovem pianista de 15 anos Lucas Thomazinho frequentou, com o apoio do projeto, as aulas de piano do Prof. Flavio Varani, no Festival de Música de Ourinhos. Apresentou- se também no Rio de janeiro em outubro de 2010 como vencedor do Concurso Música no Museu. Entre 60 concorrentes, foi um dos quatro classificados para a etapa final do Concurso Prelúdio 2010, da TV Cultura, tocando como solista da Orquestra Vera Cruz, em programas transmitidos pela emissora.

Os bolsistas do projeto, muitos deles oriundos de vários núcleos e orquestras jovens, como a Orquestra de Heliópolis, a Orquestra do Grupo Pão de Açúcar, a Orquestra do Teatro São Pedro, a Orquestra Vera Cruz, vêm buscar na Fundação Tagliaferro a excelência e a qualidade de um ensino único, a cargo dos mais renomados professores de música de São Paulo.

O excelente retorno do aproveitamento dos bolsistas levou os professores do projeto à ideia de formar uma Orquestra de Câmara, que funciona desde outubro, com o nome de Camerata Tagliaferro. Trata-se de uma excelente oportunidade para os jovens bolsistas desenvolverem a prática de orquestra, cumprindo assim uma das principais finalidades da iniciativa, que é qualificar profissionais competentes para preencher as inúmeras vagas existentes nas orquestras brasileiras.

É importante mencionar também que os bolsistas de violoncelo da classe de Julio Cerezo Ortiz – Boaz de Oliveira Silva e Samuel da Silva Oliveira – conquistaram vagas disputadíssimas na nova Orquestra de Ópera do Teatro São Pedro.

Os bolsistas realizam periodicamente apresentações públicas na Fundação Magda Tagliaferro, excelentes oportunidades para se fazer uma avaliação geral do aproveitamento e do progresso de cada aluno.

A Fundação Magda Tagliaferro constata uma expressiva repercussão do projeto no meio musical de São Paulo, obtendo inscrições também de outros estados, como Minas Gerais, Santa Catarina e Pernambuco. Entre os mais procurados, destacam-se o curso de violão, a cargo do grande mestre do Fabio Zanon, do pianista Flávio Varani e da violinista Betina Stegmann.
Aumentou-se também o numero de bolsas devido à grande procura e ao alto nível dos candidatos. Atualmente, o programa tem atendido cerca de 40 alunos.

Projeto gráfico > Guto Lacaz

Moods Reflections Moods (2004 – ECHO 204)

Primeiro CD autoral do pianista Fábio Caramuru, lançado em 2004 pela Echo. Nesse CD com 10 faixas, Fábio Caramuru rompe com a tradição da interpretação erudita, voltando-se para um trabalho de livre improvisação. A gravação foi feita em uma única sessão num piano Steinway, modelo D-Concerto, alcançando um alto nível técnico. O CD marca o início do aprofundamento do estilo pessoal do pianista, lançando-o como compositor. Gravação feita pelo Estúdio do Gato no Espaço Promon, em 22/12/2003. O Projeto gráfico é de Guto Lacaz.

Matéria escrita por Jerome Vonk, publicada na Gazeta Mercantil em 17 de abril de 2004:

Fábio Caramuru é um cara muito corajoso.

Em um dos momentos mais negros da indústria fonográfica brasileira, cujo mercado está sendo destruído a golpes de pirataria física e de concorrência predatória, ele resolve lançar um CD que nenhuma gravadora, seja independente ou multinacional, teria a coragem de distribuir no minguado circuito comercial.

Moods, Reflections, Moods traz uma música difícil de se rotular, o que é usualmente considerado um sacrilégio – e um suicídio mercadológico – nesta época onde já recebemos tudo pré-mastigado, etiquetado e com as sempre detalhadas instruções de uso, para não se fazer feio. Não é jazz nem música erudita (no sentido estrito de suas possíveis definições); não vai tocar na trilha da novela nem passar no rádio. Se, ainda assim, alguém mais angustiado precisar de uma definição, música para quem tem ouvidos seria uma sugestão adequada.

Aluno aplicado de grandes mestres e tendo-se aperfeiçoado com Magda Tagliaferro (com bolsa oferecida pelo governo francês), Fábio Caramuru colecionou vários prêmios aqui e acolá, procurando conhecer a fundo todas as regras para que mais tarde – ainda que não o soubesse – pudesse transgredi-las de maneira integral. Em Moods, Reflections, Moods, ele cristaliza esta sua transformação e deixa evidente sua conquista particular: mais do que livre de, ele está livre para.

Face a face com um piano Steinway modelo D concerto, o CD foi gravado durante uma única sessão de absoluto improviso, sem retoques posteriores de qualquer natureza. E o resultado concreto, para o consumidor final? No meu caso, o disco já faz parte de um pequeno e seleto repertório de cabeceira, e tem como vizinhos Sobre Todas as Coisas, de Zizi Possi, A Love Supreme, de John Coltrane e várias canções de Jacques Brel entre outros.

Moods, Reflections, Moods é o seu quinto disco (vale a pena frisar o interessante projeto gráfico – de extrema simplicidade e bom gosto ímpar – do sempre competente Guto Lacaz); os anteriores são “Tom Jobim Piano Solo” (1997), “Especiarias do Piano Paulista” (1999), “Dó Ré Mi Fon Fon – 27 cantigas brasileiras” (2002) e “Magda Tagliaferro Fest – Canções de Richard Rodgers – com Magda Painno” (2004).

Esta nova história que Fábio Caramuru nos conta através das notas musicais vai ser re-contada no próximo dia 21. E aqui, mais uma vez, o já estabelecido cede sua vez ao inusitado: ao invés de se apresentar ao vivo e registrar sua improvisação em um CD, ele se propõe interpretar o que já está gravado, sem partitura – já que ela não existe. Mas isto ainda não o satisfaz plenamente, e ele resolveu convidar – para esta apresentação especial – Pedro Baldanza, contrabaixista de música popular (a título de referência, ele tocou com Elis Regina, Gal Costa, Ney Matogrosso, Marina etc.). A parceria é, no mínimo, inusitada – e o desafio não é mera bravata, pois o respeitável público está sendo gentilmente convidado (a entrada é franca).

Se eu tivesse que resumir em uma palavra Moods, Reflections, Moods – em tempos de insossas manifestações artísticas globalizadas e de indistintos genéricos – eu optaria por personalidade. Parabéns, Fábio Caramuru! É muito bom ouvir um CD sem prazo determinado de validade.

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Foto Edson Kumasaka

Entre Niza de Castro Tank e Inezita Barroso em 2007

Fábio Caramuru e Fernando Portari em 25 de novembro de 2008.

Foto de Otávio Dias